Estações tubo
estão vazias e não há ônibus circulando nas principais ruas do Centro da
capital. Categoria aprovou paralisação em assembleia à noite na Praça Rui
Barbosa

A greve dos motoristas
e cobradores que trabalham nas empresas do transporte público de Curitiba e
região metropolitana deixou a cidade sem ônibus na manhã desta terça-feira
(14). No Centro, não havia cobradores nas estações tubo ou ônibus circulando
por volta das 7h. Também é difícil conseguir táxi nesta manhã.
Em locais por
onde passam diversas linhas como na Praça Rui Barbosa, Terminal Guadalupe,
Avenida Cândido de Abreu, Presidente Affonso Camargo e Marechal Deodoro,
passageiros aguardavam os ônibus, mas nenhum coletivo realizava o transporte.
Segundo o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região
Metropolitana (Sindimoc), há piquetes nas garagens impedindo os ônibus de
saírem das ruas, o que faz com que o mínimo de 30% da frota circulando não seja
cumprido. O curitibano enfrenta dificuldade de conseguir pegar táxis. No
início da manhã desta terça-feira, as principais empresas de rádio táxi da
cidade estavam com as linhas telefônicas congestionadas.
A direção do
sindicato da categoria estava reunida por volta das 7h50 para definir os rumos
da paralisação e de que forma cumprir a determinação de colocar nas ruas pelo
menos 30% da frota de ônibus de Curitiba.
De acordo com o
Sindimoc, os moradores da região metropolitana também não têm transporte
coletivo nesta terça-feira. Os ônibus não saíram das garagens nesta manhã. A
paralisação afeta as linhas da Rede Integrada de Transporte – que ligam
municípios da RMC a Curitiba – e também as linhas que trafegam somente dentro
das cidades.
Trânsito
A falta de
ônibus e a dificuldade para conseguir um táxi causaram reflexos no trânsito de
Curitiba. Muitos moradores da capital e da RMC tiveram de tirar os veículos da
garagem para ir ao trabalho ou levar alguém da família. O mau tempo complicava
ainda mais a situação.
A Rua Guilherme
Pugsley (via rápida bairro-Centro) estava congestionada e os motoristas
trafegam a 20 quilômetros por hora, por volta das 8h20. Havia lentidão na
Avenida do Batel, na Rua Doutor Pedrosa, entre outras vias.
Greve
Os motoristas e
cobradores iniciaram a greve por tempo indeterminado às duas horas da manhã
desta terça-feira (14). Após negociações com o sindicato patronal, os
funcionários recusaram, em assembleia realizada na Praça Rui Barbosa na noite
de segunda-feira (13), a proposta do Sindicato das Empresas de Transporte
Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp).
A estimativa do sindicato é que mais de três mil pessoas tenham comparecido à
assembleia desta segunda-feira.
De acordo com o
presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, o sindicato patronal que representa
a categoria apresentou uma proposta de 7% de aumento total – aproximadamente
1,37% acima das perdas da inflação. Os trabalhadores exigem 40% de aumento.
“Essa proposta de 7% é uma vergonha”, classifica Teixeira. Ele garante que a categoria
não vai aceitar um reajuste abaixo de 10,3%, valor que, segundo o Sindimoc, foi
negociado com os metalúrgicos no estado.
A expectativa é
que apenas 30% dos cerca de 1,2 mil ônibus de Curitiba e RMC (360 veículos)
circulassem pela cidade, mas o o próprio sindicato já havia sinalizado com a
possibilidade de o número não ser cumprido. “Infelizmente não sabemos se será
possível respeitar os 30% [de veículos nas ruas] porque não sabemos quanto isso
representa”, diz Teixeira. Segundo ele, foi solicitado à Urbanização de
Curitiba S.A. (Urbs) o valor exato da frota da capital, mas os números não
foram passados.
Segundo o
Sindimoc, os trabalhadores foram para os portões das 30 empresas responsáveis
pelos coletivos da capital para evitar que os ônibus deixem as garagens. O
presidente ainda pediu que o movimento seja pacífico, sem vandalismo e garantiu
que continua em negociação com o sindicato patronal.
Além do aumento
salarial, os trabalhadores apresentaram uma pauta com mais de 50
reivindicações. Entre as principais estão o reajuste de 18% no vale-alimentação
e a mudança da escala de sete dias de trabalho com um de folga para seis de
trabalho e um de descanso. O Sindimoc alega que “a categoria é a única que tem
uma semana de oito dias”. Eles ainda exigem melhorias nas condições de
trabalho, aumento da verba para saúde e treinamentos para os funcionários.
Nesta
segunda-feira, os funcionários se reuniram com representantes da Setransp, mas
não chegaram a um acordo. Segundo a assessoria de imprensa do sindicato
patronal, não há possibilidade de apresentar uma proposta de aumento real. Os
patrões ainda afirmaram que, a pedido do Sindimoc, não poderiam fornecer
maiores detalhes sobre as negociações.
Por Vitor Geron, Fernanda Leitóles e Fernanda Trisotto | Gazeta do Povo
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