Um total de quatro mil casos de abusos sexuais a menores
realizados por padres foram denunciados para a Congregação para a Doutrina da
Fé nos últimos dez anos, informou nesta segunda-feira o prefeito da
instituição, William Levada, que admitiu que a resposta da Igreja foi
"inadequada".
Levada deu estas declarações na Universidade Gregoriana
de Roma durante a abertura de um simpósio sobre pedofilia, que irá até o dia 9
de fevereiro e que reúne líderes religiosos.
Durante o ato o prefeito leu uma mensagem do papa Bento
XVI, no qual afirma que a cura das vítimas deve ser "a preocupação
prioritária" da comunidade cristã e que isso tem que ocorrer ao lado de
uma "profunda renovação da igreja em todos os níveis".
Levada, por sua parte, destacou a luta do pontífice
contra o abuso de menores, o que começou quando ele era o cardeal Joseph
Ratzinger.
'DUROS ATAQUES'
O prefeito afirmou que Bento 16 sofreu nos últimos anos
"duros ataques" por parte da imprensa, "quando deveria ter
recebido a gratidão de toda a igreja e de fora dela" pelo trabalho
realizado e sua postura de "tolerância zero" com a pedofilia.
Levada, no entanto, admitiu que as quatro mil denúncias
"evidenciaram a inadequada e insuficiente resposta da igreja".
O religioso ressaltou a necessidade da Igreja colaborar
com as autoridades civis para enfrentar os casos de padres pedófilos,
destacando que o abuso sexual de menores de idade não só é um delito religioso,
mas também um crime.
Levada disse ainda que embora as leis civis variem de
nação para nação, o princípio sempre é o mesmo: "a igreja tem a obrigação
de cooperar com a lei civil e denunciar esses crimes às autoridades
competentes".
DA EFE, DA CIDADE DO VATICANO

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