Nágela Pinto foi aprovada no curso de medicina
após 12 anos de tentativas.
Aulas na Universidade Estadual do Ceará começaram na segunda-feira (5).
Aulas na Universidade Estadual do Ceará começaram na segunda-feira (5).
Na matrícula para o curso de medicina no Ceará,
Nágela foi pintada por veteranos.
(Foto: Ronaldo Landim/Arquivo Pessoal)
Após tentar vestibular para medicina por 12
anos, Nágela Pinto teve os primeiros dias de aula na Universidade Estadual do
Ceará (Uece) nesta semana. A cearense de 35 anos passou no último vestibular
para medicina em 18° lugar e começou a assistir às aulas na segunda-feira (5) .
“Quando eu entrei na sala de aula, foi emocionante. Me aplaudiram durante uns
dez minutos”, conta. Lições de anatomia humana, metodologia do trabalho científico
e monitoria fazem parte da rotina tão esperada por Nágela.
Na primeira semana de aula na Uece, a história de
dedicação da novata já era conhecida entre os 40 colegas de turma e professores
da universidade. ''Tive a certeza de que é realmente o que eu quero para minha
vida. Valeu a pena”, afirma a estudante sobre as impressões dos primeiros dias
de aulas.
No tradicional trote, Nágela conta que foi uma das
mais “castigadas”. “Me batizaram com o nome 'carro parado' porque disse que
gostava de namorar”, brinca. O apelido escolhido pelos alunos veteranos é em
referência trechos da música “Motel Disfarçado”, um dos hits da banda Aviões de
Forró. Durante o trote, os novatos tiveram de circular pelo campus com uma
placa com o nome “batismo”.
Nágela passou em 18º lugar. (Foto: Arquivo Pessoal)
Além da dedicação ao curso de medicina, Nágela
trabalha como servidora pública no curso de Secretariado Executivo na
Universidade Federal do Ceará (UFC). A rotina de estudos e trabalho não é
novidade para Nágela que fazia curso pré-universitário e estudava até a hora de
ir para o trabalho antes de passar no vestibular.
Atualmente, a estudante tem aulas das 7h30 às 16h
no campus do Itaperi e, de lá, segue para o trabalho até 22h no Bairro Benfica.
“Está muito corrido, almoço em 15 minutos, quando dá. Mas estou tão feliz que
nem penso em cansaço”, afirma.
Gabriela Alves
Do G1 CE

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