Ativistas sírios disseram
nesta quinta-feira que ficaram enojados com os e-mails que pareciam mostrar o
presidente da Síria, Bashar al-Assad, e sua esposa comprando música pop e itens
de luxo, enquanto o país sofre com o derramamento de sangue.

O presidente da Síria, Bashar al Assad, e sua
mulher, Asma, votam no referendo da nova
constituição síria, em Damasco, em 26 de
fevereiro (Foto: AFP)
mulher, Asma, votam no referendo da nova
constituição síria, em Damasco, em 26 de
fevereiro (Foto: AFP)
O jornal britânico The Guardian disse que obteve cerca de 3
mil e-mails de Assad e de sua esposa Asma. Os e-mails, nem todos verificados
pelo jornal ainda, mostraram Assad obtendo conselhos com o Irã sobre como
conter a revolta de um ano contra seu governo que já custou milhares de vidas.
Os e-mails também revelaram Asma, nascida na Grã-Bretanha,
comprando colares de joias de Paris, e Assad fazendo download de músicas, o
que, na opinião de ativistas, mostra o desapego da família governante a uma
crise que está arrastando a Síria para a beira de uma guerra civil e colapso
econômico.
"Ele estava baixando músicas do iTunes, enquanto seu
Exército estava nos atacando. Sua esposa estava comprando coisas caras da
Amazon, isso faz me sentir nojo", disse um ativista chamado Rami, em Homs.
Coração da rebelião, Homs foi bombardeada por forças armadas
que estão tentando derrotar os rebeldes na cidade após destruírem o reduto
deles no bairro de Baba Amr, no mês passado.
Um combatente do grupo rebelde "Brigada Farouq" em
Homs disse que ficou confortado em ver Assad lutando para lidar com a situação.
Um e-mail da esposa de Assad afirmava: "Se somos fortes juntos, vamos superar
isso juntos". Outros mostraram que ele estava confiando no principal
aliado regional da Síria, o Irã, e em consultores de mídia em busca de
conselho.
"Uma coisa boa é que isso é um sinal claro de que Assad
percebe a bagunça em que ele está metido", disse o combatente, que se
chama al-Homsi. "Mas sem surpresa, como esperávamos, ele realmente não
parece se importar com quantos do seu povo morrem para que ele possa manter seu
trono."
Poucos ativistas tinham esperança de que os e-mails teriam um
impacto sobre os muitos sírios que não aderiram à oposição.
"Ninguém vai ouvir sobre isso na Síria. Depois de amanhã
eles serão esquecidos ... os sírios não estão lendo muito", disse Ayman
Abdel Nour, um ex-assessor de Assad, que deixou a Síria em 2007.
"A questão é que o governo sírio vai simplesmente
ignorar isso. Eles não vão negar ou reconhecer e as pessoas que assistem à
televisão estatal síria ficarão alienados", disse Abdel Nour, falando de
sua casa em Dubai.
Por Oliver Holmes
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