Número de arrombamentos a bancos 24
horas nos três primeiros meses deste ano já se aproxima do total registrado em
2011

Caixa arrombado em janeiro deste ano em Campo Magro:
persistindo os números, ataques podem chegar a mais de 200 em 2012
Cinquenta e dois ataques a caixas
eletrônicos foram registrados no Paraná em 2012 e boa parte deles, 27 casos,
aconteceram com o uso de explosivos. Só em Curitiba ocorreram cinco explosões e
seis arrombamentos com maçaricos. Os dados são do Sindicato dos Vigilantes de
Curitiba e Região e incluem também as tentativas sem êxito.
O número registrado no estado em 90
dias é pouco menor do que o verificado em todo o ano de 2011. Houve 69 ataques
a caixas eletrônicos no Paraná no ano passado (incluindo explosões e
arrombamentos com maçaricos). Desses, 50 ocorreram em Curitiba e região.
Se o ritmo de roubos e tentativas de
arrombamento de caixas eletrônicos se mantiver até o fim deste ano, o Paraná
pode registrar mais de 200 casos em 2012. O número é cerca de três vezes maior
do que a quantidade de ataques de 2011. Para o delegado-chefe da Delegacia de
Furtos e Roubos de Curitiba, Rodrigo Brown de Oliveira, a falta de
investimento em segurança por parte dos bancos e a fiscalização falha do
Exército em relação ao comércio de explosivos são dois motivos que explicam
esses números.
Prisão
Brown afirmou que os ataques em
Curitiba e região diminuíram após a prisão de uma quadrilha que agia nessa
região, em 6 de fevereiro. Três pessoas suspeitas de integrar uma das gangues
da dinamite foram presas e outra morreu em confronto com a polícia. Parte da
quadrilha segue atuando em São Paulo e Santa Catarina e seria responsável pelos
ataques em cidades paranaenses próximas à divisa com esses dois estados, de
acordo com o delegado.
Houve prisões ainda, segundo a Polícia
Civil, em Ponta Grossa, Cianorte e em duas cidades catarinenses: Penha e
Navegantes. Mesmo assim, pelo menos três explosões foram registradas na capital
após as prisões citadas pelo delegado, de acordo com o balanço do sindicato. “A
Polícia Civil é apenas a ponta do iceberg. O trabalho é prejudicado pela falta
de iniciativa de outros setores”, argumentou o delegado.
A opinião do delegado é semelhante a do
presidente do presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região, João
Soares, que apontou outro problema. Segundo ele, alguns ataques não são
denunciados pelos bancos à polícia para não denegrir a imagem das instituições.
“É uma situação assustadora que expõe os trabalhadores e os clientes dos bancos
e dos comércios com esses equipamentos”, afirmou Soares.
A Federação Brasileira de Bancos
(Febraban) informou, em nota, que as instituições associadas têm como sua maior
preocupação a segurança de clientes, funcionários e consumidores. Por isso,
investem anualmente nos mais variados itens que compõem a segurança, sendo ela
física ou tecnológica, quase R$ 10 bilhões. A reportagem procurou a 5ª Seção do
Exército, responsável pela comunicação social da instituição para comentar o
assunto. Porém, não obteve resposta sobre as condições da fiscalização.
Além dos ataques aos caixas
eletrônicos, houve 29 assaltos e tentativas de roubo a bancos no Paraná em
2011. Neste ano já houve dez registros desse tipo.
Casos
Um dos mais lembrados é um roubo na
metade de janeiro, quando bandidos usaram dinamite para explodir um caixa
eletrônico dentro de um shopping automotivo no bairro Tarumã, em Curitiba. Na
explosão, duas funcionárias da equipe de limpeza ficaram feridas. A quadrilha
fugiu levando dinheiro do terminal, além de duas armas e dois coletes
balísticos de seguranças.
Por Fernanda
Leitóles
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