Classes que
representam as polícias Militar e Civil demonstraram insatisfação com a nova
proposta. Polícia Científica vai analisar a tabela antes de se pronunciar
O governador Beto Richa (PSDB) autorizou, nesta quinta-feira (1º), as
novas tabelas salariais para a Polícia Militar,
Polícia Civil e Polícia Científica. Os valores dos reajustes
foram divulgados na noite desta quinta e apresentam remuneração por meio do subsídio.
A proposta de reajuste apresentada pelo
governo para as polícias Civil e Militar não agradou às entidades que
representam as classes. Para o Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado
do Paraná (Sinclapol) e a Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais
Militares (Amai), os valores apresentados na noite desta quinta-feira (1º)
ficaram aquém do desejado.
Militar
Com os novos valores, um policial militar que ingressa
na corporação, por exemplo, terá subsídio inicial de R$ 3.225. Com o tempo, o
salário poderá chegar a R$ 4.838, caso não haja promoção para postos superiores
(cabo, sargento, subtenente). O maior posto da Polícia Militar, que é o de
coronel, terá um valor de subsídio que varia entre R$ 14.354 e R$ 21.531,
conforme o tempo de serviço.
Para o presidente da Amai, coronel Elizeu
Furquim, os pisos apresentados estão distantes do que a classe pede. “Na tabela
ideal, o soldado ingressaria ganhando R$ 4,5 mil, que seria aproximadamente 20%
do piso aplicado para o coronel (R$ 22,5 mil)”, diz. Ele ainda explicou que a
classe gostaria de reduzir a diferença entre os valores do capitão e do
primeiro tenente que, pela nova proposta do governo, ganhariam,
respectivamente, um piso de R$ 12.282 e R$ 8.470. “Essa medida seria aplicada
até o soldado, para valorizar os cargos mais baixos”, diz Furquim.
Ele também reclamou que o governo apresentou
uma tabela para 2013 apenas para a Polícia Civil. “Não pode haver diferença,
pelos valores apresentados, um investigador da Polícia Civil poderá ganhar, ao fim
da carreira, R$ 6,7 mil: uma diferença de quase R$ 2 mil para o soldado da
Militar”, argumenta.
Furquim ainda explicou que será feita uma
vigília nesta sexta-feira (2) e a proposta também passará por nova avaliação
durante a tarde. Uma assembleia está prevista para a manhã de sábado (3) para
que seja votada a nova proposta. Ele garantiu que a PM não deseja realizar
greve.
Segundo Sebastiani, os valores propostos pelo
governo farão com que a Polícia Militar do Paraná passe a ter o segundo maior
salário entre as corporações de todo o país, ficando abaixo apenas do Distrito
Federal, que recebe apoio financeiro direto da União. Para Furquim, o policial
militar do Paraná merece ser melhor remunerado porque exige formação
profissional já na base, ao contrário de outros estados do país.
Civil
Na Polícia Civil,
o investigador que ingressa na 5ª Classe receberá um subsídio inicial de R$
4.020. Da mesma forma, com o passar do tempo, ele poderá alcançar um subsídio
de R$ 8.196, levando em conta promoções e progressões ao longo da carreira.
Para 2013, o subsídio será reajustado para R$ 4.502 no ingresso. Para os
delegados, o subsídio de ingresso na 4ª classe será de R$ 13.831. Ao longo da
carreira, o valor pode chegar a R$ 21.615.
O vice-presidente do Sinclapol, Neilor
Liberato Sousa, afirmou que foi elaborada uma tabela para os policiais da base
(escalões mais baixos) e uma para os delegados. “A tabela dos delegados cumpriu
com as exigências, mas a dos policiais da base, não”, afirma Sousa. Ele
argumenta que se essa decisão foi tomada para que os delegados administrem a
revolta da base, o efeito poderá ser contrário. “Com certeza essa proposta só
vai inflamar ainda mais a categoria, vamos levar para votação, mas não vamos
aceitar a proposta”, garante. A assembleia deverá ser realizada no fim da tarde
da próxima terça-feira (6).
A tabela elaborada pelo Sinclapol pedia que o
investigador de 5ª classe iniciasse na corporação com salários de
aproximadamente R$ 5.750. “Nós fomos apunhalados pelo Estado. Os peritos
receberam uma tabela boa, apesar de formação do mesmo nível, eles são tratados
de forma diferente por não estarem mais vinculados à Polícia Civil e sim à
Secretaria de Segurança”, avalia Sousa.
O vice-presidente do Sinclapol ainda disse ter
pena dos policiais novos que iniciam carreira na Polícia Civil. “Além de não
haver incentivo, qualquer negociação esbarra na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Antes da lei a desculpa é que o sistema financeiro estava quebrado. Desta forma
nunca teremos a contratação de novos policiais”, reclama Sousa.
Científica
Científica
Os peritos oficiais da Polícia Científica
receberão um subsídio inicial de R$ 7.149, podendo chegar a R$ 16.954 ao longo
da carreira.
O Sinpoapar (Sindicato dos Peritos Oficiais e
Auxiliares do Paraná) informou que só irá se pronunciar sobre a tabela de
reajuste salarial divulgada nesta quinta-feira após analisar o quadro com calma
e esclarecer pequenos detalhes que estão sendo acertados com o governo. Uma
assembleia será convocada para a semana para que a classe decida se aceita ou
não a proposta.
“Como não tivemos acesso a esses números na
íntegra antes da divulgação, seria leviano de nossa parte emitir qualquer
opinião neste momento”, explica Ciro Pimenta, presidente do Sinpoapar.
Avaliação
De acordo com nota divulgada pela Agência
Estadual de Notícias (Aen), órgão oficial de comunicação do governo do estado,
a proposta será encaminhada para apreciação da Assembleia Legislativa do Paraná
(Alep) e deverá
ser implantada a partir de 1º de maio.
Em entrevista à Aen, o secretário da
Administração e Previdência, Luiz Eduardo
Sebastiani, avaliou que a proposta garante grande valorização
do servidor com “avanços significativos na remuneração inicial”. “As novas
tabelas são desdobramentos das apresentadas anteriormente e decorrem do processo
de diálogo franco com os policiais”, disse o secretário. Ele ainda ressaltou
que as novas tabelas levam em conta os limites legais, de acordo com a Lei de
Responsabilidade Fiscal.
Para o secretário da Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César, a
valorização oferecida cumpre uma meta do programa Paraná Seguro, de manter um
quadro reconhecido e valorizado.
Por Vitor Geron
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