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sábado, 3 de março de 2012

Governo promete ações sociais no Uberaba a partir de 4.ª-feira

Prefeitura diz que intenção é usar estruturas e programas já existentes, mas que estavam subutilizados por causa da violência no bairro

 Albari Rosa / Gazeta do Povo / Forças de segurança mantiveram o policiamento ostensivo no segundo dia de ocupação no Uberaba: população seguiu sua rotina normalmente
Forças de segurança mantiveram o policiamento ostensivo no segundo dia de ocupação no Uberaba:
 população seguiu sua rotina normalmente

A fase de “congelamento” do crime nas 12 comunidades do bairro Uberaba, em Curitiba, ocupadas pelas forças de segurança anteontem, vai terminar na próxima terça-feira, informou ontem o secretário de Segurança Pública do Paraná, Reinaldo de Almeida César. No dia seguinte, a operação de implantação da primeira Unidade do Paraná Seguro (UPS) passa a uma nova fase.

O primeiro passo é a construção de dois imóveis para abrigar os policiais permanentemente, segundo o secretário. As sedes ficarão em pontos distantes entre si e devem servir de base para os trabalhos de segurança, além de prestar apoio às ações comunitárias. “Nossa ideia é fazer uma edificação simples, com um projeto padrão, que depois possa ser usado em outros locais. É um espaço para abrigar as forças policiais e ser usado pela comunidade”, garantiu Almeida César. Por enquanto, os policiais estão usando unidades móveis (furgões) e banheiros químicos no Uberaba.

Ele esclareceu que a operação iniciada na quarta-feira, batizada internamente de “Paraná Segurança Total”, é prévia à instalação efetiva da UPS. “Primeiro procuramos o congelamento das ações de violência para permitir a implantação das políticas públicas de Estado”, disse. Com a construção física da UPS, cerca de 60 policiais permanecerão na comunidade.

Ação cidadã
Os equipamentos e programas a ser instalados na área ocupada ainda não foram detalhados pelo governo, que declarou apenas que a UPS vai levar serviços públicos para áreas carentes e o conceito de policiamento comunitário. À Gazeta do Povo, o secretário municipal de Planeja­mento e Gestão, Carlos Homero Giacomini, declarou que a intenção é usar estruturas e programas já existentes no bairro, mas combalidos pelo medo da violência entre os moradores. A prefeitura é parceira do governo na implantação da UPS.

“Temos 20 equipamentos públicos naquela área, entre escolas, faróis do saber, unidades de saúde e outros serviços. A prefeitura não está ausente”, rebate. “Podemos agora ampliar a atividade nesses locais. Costumava acontecer que, por causa da violência, aulas noturnas no Liceu de Ofícios ou atividades esportivas nas escolas não podiam ocorrer”, ressalta.

Para dar conta da demanda extra, Giacomini afirma que os coordenadores da Administração Regional do Cajuru, que atende ao Uberaba, foram orientados a priorizar a região nas decisões sobre destinação orçamentária. O secretário também acredita que, após a pacificação, a iniciativa privada se sentirá confortável para investir em ações sociais.

Entre 20 e 25 cidades terão UPSs até 2014, diz secretário
Entre 20 e 25 cidades do interior do estado deverão receber uma Unidade do Paraná Seguro (UPS) até 2014, garantiu ontem o secretário de Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César. 

Mas, sem citar nomes de municípios, destacou que a iniciativa depende da predisposição das prefeituras em estabelecer uma parceria e acatar algumas obrigações. Em Curitiba, outras 9 UPSs estão em estudo em bairros identificados como violentos.

No Uberaba, 300 policiais militares e 90 guardas municipais seguiam na ocupação ontem. Durante a coletiva de imprensa, o secretário e os comandantes das polícias foram questionados sobre a presença de policiamento à noite. Jornalistas que estiveram no bairro durante a madrugada afirmaram não ter encontrado as forças de segurança. 

“À noite, somente os policiais do Bope permanecem na área, com um efetivo de 30 pessoas. Como a cor da farda e da viatura é preta, acabam não sendo tão vistos pela população”, justificou o coronel César Alberto Souza, subcomandante-geral da Polícia Militar do Paraná. 

Balanço
“Antecipamos prisões para evitar o confronto”
A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) evitou ontem divulgar um balanço da operação de ocupação do Uberaba. Os números entregues aos jornalistas contabilizam ações realizadas pelas Polícias Militar e Civil desde setembro do ano passado – data apontada pelo governo como início do cerco aos criminosos. “A intenção foi antecipar as prisões para evitar o confronto armado durante a ocupação”, argumentou o secretário Reinaldo de Almeida César.

O governo aponta um número de 17 prisões nesse período, das quais apenas três ocorreram no dia da ocupação. Foram 34 mandados de busca e apreensão cumpridos, mas o teor dos objetos recolhidos não foi divulgado. Almeida César refuta a possibilidade de que os planos da polícia tenham vazado e chegado aos ouvidos dos criminosos. “Foi uma ação que atingiu plenamente seu objetivo. Como escolhemos fazer um trabalho prévio, não se pode medir a qualidade pelas prisões feitas na hora”, avalia.





Por Osny Tavares

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