Pesquisa Sinduscon-PR aponta que compradores procuram
imóvel de até R$ 250 mil, algo bastante difícil de encontrar atualmente

O morador de Curitiba que pretende
comprar um imóvel ainda sonha com preços praticados antes do boom imobiliário.
Pesquisa divulgada pelo Sinduscon-PR mostra que a maioria quer um imóvel
que tenha três quartos, custe no máximo R$ 250 mil e que tenha prestação baixa,
algo difícil de se encontrar no mercado atualmente.
O levantamento, que ouviu 200 pessoas em fevereiro com
renda familiar a partir de R$ 2 mil, mostra que 41% dos entrevistados estão
dispostos a pagar até R$ 700 por mês de financiamento. Outros 29% aceitariam
uma prestação um pouco maior, entre R$ 700 e R$ 1,4 mil.
A demanda por compra está praticamente estável em
relação à pesquisa anterior, realizada há cerca de um ano, segundo Marcos
Kahtalian, consultor do Sinduscon-PR e responsável pelo levantamento. “O pleno
emprego, a renda e o crédito em alta e o bônus demográfico, com o maior número
de pessoas em idade ativa e empregada, aumentam a confiança e o otimismo em
relação à compra da casa própria”, diz.
A novidade é que, apesar de a demanda se manter, o
comprador não está disposto a gastar muito e, com os preços mais altos, alguns
estão adiando a aquisição.
Entre os entrevistados que estão procurando um
imóvel, 73% disseram que pretendem pagar até R$ 150 mil ou entre R$ 150 mil e
R$ 250 mil. Apenas 9% afirmaram estar dispostos a adquirir casas e apartamentos
na faixa entre R$ 250 mil e R$ 400 mil – justamente onde está a maior fatia da
oferta de imóveis com três quartos do mercado atual.
“Há uma diferença entre o que o comprador quer e o
que o mercado apresenta. Isso significa que, para essa equação fechar, talvez o
plano de compra tenha de ser protelado para aumentar a poupança ou a pessoa
tenha de vender algum ativo para fazer frente ao compromisso”, diz.
Na prática, o comprador ainda tem a intenção de adquirir
imóveis com valores anteriores à disparada dos preços nos últimos anos, que
chegaram a subir 46% entre 2009 e 2011.“O preço refletiu o custo e a demanda. E
os custos, principalmente dos terrenos e da mão de obra, subiram muito nos
últimos anos”, diz Kahtalian.
De acordo com ele, o comprador vai ao mercado com
uma intenção e aos poucos vai adaptando o seu sonho à realidade, buscando
imóveis mais afastados ou menores.
Nos últimos 12 meses, 14% dos entrevistados
compraram e 23% procuraram um imóvel para aquisição em Curitiba. Cerca de 15%
planejam continuar a procurar nos próximos seis meses e 31%, nos próximos dois
anos.
Financiamento
A maioria dos compradores também não dispõe de
muita poupança para dar de entrada no financiamento. Dos entrevistados que
compraram ou procuram imóvel, 49% disseram que deram ou podem oferecer menos de
R$ 25 mil para dar de entrada na aquisição.
Do total, 47% procuram casas e sobrados fora de
condomínios e 39% estão em busca de apartamentos. A maioria (59%) prefere
imóvel pronto e 79% financiaram ou pretendem finaciar o pagamento. Localização
(50%) e preço (43%) são os fatores mais importantes na hora de decidir pela
compra.
O levantamento ouviu 200 pessoas com renda familiar
mensal de R$ 2 mil a R$ 4,5 mil (39%), R$ 4,5 mil a R$ 8,5 mil (42%) e acima de
R$ 8,5 mil (20%).
Por Cristina Rios
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