terça-feira, 6 de março de 2012

Potências propõem retomar negociações nucleares com o Irã

Carta da União Europeia não marca data ou local.
Na véspera, Obama pediu saída diplomática para crise com Teerã.

 Catherine Ashton, chefe da diplomacia da União Europeia, dá entrevista nesta terça-feira (6) em Helsinque, capital da Finlândia (Foto: AFP)
Catherine Ashton, chefe da diplomacia da União Europeia,
 dá entrevista nesta terça-feira (6) em Helsinque, capital da Finlândia (Foto: AFP)

As grandes potências (grupo 5+1) propuseram "retomar as negociações com o Irã sobre o programa nuclear", em uma carta divulgada nesta terça-feira (6) pela União Europeia, que não faz referência a datas ou lugar para a reunião.

"Em nome da China, França, Alemanha, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos propuseram retomar as negociações com o Irã sobre seu programa nuclear", afirmou nesta terça-feira a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, em carta dirigida ao negociador iraniano Said Jalili.

Na véspera, em encontro com o premiê israelense Benjamin Netaniahu, o presidente dos EUA, Barack Obama, apelou para que se optasse pelo caminho diplomático para resolver a crise, mas disse que todas as opções estão sendo consideradas.

Mais cedo nesta terça, o Irã afirmou que vai permitir o acesso de fiscais da agência nuclear da ONU a seu complexo militar de Parchin, informou a agência de notícias ISNA. O local é onde a agência acredita que o Irã desenvolve pesquisas de grandes explosivos relevantes para armas nucleares.

Um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) no ano passado apontou que o Irã havia construído uma grande câmara de contenção em Parchin, no sudeste de Teerã, para conduzir testes de explosivos que são "fortes indicadores" de esforços para desenvolver uma bomba atômica.

A AIEA requisitou o acesso a Parchin durante conversas de alto nível com o governo iraniano em fevereiro, mas o lado iraniano não autorizaram a visita.
"...Parchin é um local militar e acessá-lo é um processo que consome muito tempo, portanto visitas não podem ser permitidas frequentemente...Nós permitiremos que a AIEA visite mais uma vez", afirmou a missão diplomática do Irã em Viena, por meio de um comunicado, segundo a ISNA.

Não há uma data marcada para a visita. Diplomatas iranianos e autoridades da agência não estavam imediatamente disponíveis para comentar.

Inspetores da AIEA já visitaram Parchin em 2005, mas não viram os locais onde os fiscais da agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) agora acreditam que a câmara de explosivos foi construída.
A agência da ONU citou Parchin em um detalhado relatório em novembro que alimentou os temores do Ocidente de que o Irã está trabalhando para desenvolver uma bomba atômica, acusação que as autoridades iranianas negam.

O diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, disse na segunda-feira que o Irã havia triplicado sua produção mensal de urânio altamente enriquecido e os fiscais nucleares da agência tinham "sérias preocupações" com as possíveis dimensões militares das atividades atômicas do governo.





Do G1, com agências internacionais
 

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