O casal foi
morto ao sair de uma festa do grupo em Quatro Barras, região metropolitana
Renata Waechter Ferreira, 21 anos, e Bernardo Dayrell
Pedroso, 24 anos.
(Foto: Aquivo Pessoal)
Três anos após o
assassinato do casal Renata Waechter Ferreira, 21 anos, e Bernardo Dayrell
Pedroso, 24 anos, em Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba, o caso
aguarda decisão da justiça. Os seis acusados de terem cometido o crime, Ricardo
Barollo, de São Paulo (SP), Jairo Maciel Fischer, de Teotônia (RS), João
Guilherme Correa, de Pato Branco (PR) e Rodrigo Motta, Gustavo Wendler, Rosana
Almeida, todos de Curitiba, continuam soltos.
Amadeu Ferreira
Junior, pai de Renata, disse que a situação é inconcebível. “É uma injustiça.
Eu como pai da vítima sou punido, enquanto eles (os suspeitos) estão vivendo
suas vidas como se nada tivesse acontecido”. Ferreira Junior afirma que o parte
do grupo confessou o crime, mas mesmo assim não há punição.
Renata namorava
Pedroso há pouco mais de um ano, relata o pai. Para ele, o estudante de Direito
nunca causou desconfiança e a família nunca desconfiou da participação do rapaz
em um grupo neonazista. Ferreira Junior conta que nenhum grupo neonazista
admite mulheres, e por isso, que em depoimentos dos acusados que o alvo era
apenas Pedroso.
“Sinto-me
impotente diante das brechas da justiça que acabam evitando o julgamento”,
desabafa Ferreira Júnior. Em duas ocasiões, no ano passado, o julgamento foi
adiado pela falta da presença dos réus.
Investigação
Segundo
policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (COPE), Barollo e Dayrell
– uma das vítimas – estariam disputando poder dentro de organizações
neonazistas em Curitiba e São Paulo. A festa foi realizada em homenagem aos 120
anos de nascimento do ditador alemão
Adolph Hitler.
Adolph Hitler.
O promotor de
justiça Octacilio Sacerdote informou que o Tribunal de Justiça solicitou um
novo interrogatório de Ricardo Barollo. O julgamento deverá ocorrer até o fim
do mês de maio, em Campina Grande do Sul.
O crime
O duplo
assassinato ocorreu em Quatro Barras (RMC) quando os dois universitários foram
atraídos por uma emboscada. Conforme as investigações, os dois universitários
foram atraídos para uma emboscada criada por Rosana, que estaria passando mal e
pediu carona para voltar para Curitiba. Correa, Motta e Fischer teriam seguido
o casal em outro veículo.
Wendler, que
estava no carro das vítimas, pediu que parassem no acostamento. Renata e
Pedroso desceram do carro e foram assassinados com tiros na cabeça por Correa e
Fischer, que seguiam o carro. Após o assassinato, os acusados teriam ligado
para Barollo, que estava em São Paulo, para informar que a “missão” havia sido
cumprida.
Entenda o caso
Dia 20 de abril de 2009 - Renata Waechter
Ferreira, 21 anos, e Bernardo Dayrell Pedroso, 24 anos, são mortos em Quatro
Barras, na região metropolitana de Curitiba, ao saírem de uma festa em
homenagem ao ditador alemão Adolf Hitler.
Dia 2 de maio de 2009 – Após denúncia de que havia
uma disputa de poder dentro do movimento neonazista, a polícia apresenta seis
suspeitos de terem planejado e executado o crime contra o casal.
Dia 12 de maio de 2009 – O Ministério Público do
Paraná indicia os seis acusados por homicídio e apologia ao nazismo.
Dia 2 de julho de 2009 – O Tribunal de Justiça
acata o pedido de habeas-corpus a Ricardo Barollo, de São Paulo (SP), suspeito
de ser o mandante.
Dia 8 de abril de 2011 – Quatro acusados, Ricardo
Barollo, Jairo Maciel Fischer, Rodrigo Motta e João Guilherme Correa prestam
depoimento no Fórum de Campina Grande do Sul, na região metropolitana. Fischer,
Motta e Correa confirmam que Barollo seria o mandante do crime. Gustavo Wendler
e Rosana Almeida foram ouvidos no dia 5 e negaram o envolvimento na morte do
casal.
Dia 9 de julho de 2011 – A audiência foi suspensa,
novamente. A do dia 11 de junho também não teve a presença das seis
testemunhas.
Por Aline Peres
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