Ministra pede ao governador ajuda para complementar o Bolsa Família no
Paraná. Número de pessoas vivendo em extrema pobreza chega a 306 mil
Gleisi Hoffmann e Richa durante encontro na última quarta-feira
Principal meta da gestão da presidente da República Dilma Rousseff (PT),
a erradicação da pobreza foi um dos temas abordados na reunião entre a
ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), e o governador do Paraná,
Beto Richa (PSDB), na última semana. A ministra pediu ao governador ajuda para
complementar o Bolsa Família no Paraná, como forma de erradicar a pobreza
extrema no estado – que hoje atinge 2,95% da população. Ainda não há um formato
ou um prazo definido para a ajuda.
Segundo o governo do estado, Richa já se reuniu com as secretarias
envolvidas para discutir o assunto. O governador deve se reunir, também, com a
ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, no dia
21 de abril, para estudar maneiras de desenvolver essa parceria entre os dois
governos.
De acordo com Gleisi, o governo federal não tem conversado apenas com o
Paraná, mas com todas as unidades da federação. A ideia é que os estados
complementem o Bolsa Família. Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Santa
Catarina, Sergipe e Bahia, entre outros estados, também já iniciaram conversas
com a União. A ministra afirma que a ideia é erradicar a miséria do país até o
fim do mandato, em 2014.
O número absoluto de pessoas em situação de pobreza extrema, ou seja,
que vivem com menos de R$ 70 por mês, no Paraná assusta: são 306 mil pessoas.
Entretanto, se comparado com o resto do país, o número está entre os mais
baixos: apenas 2,95% da população do estado está na miséria, enquanto a média
do país é de 8,5%. Em estados como o Maranhão, esse índice chega a 25%. Para
Gleisi, como o número de miseráveis do Paraná é menor, com a ajuda do governo
do estado, é possível zerar esse número até meados de 2013.
Família Paranaense
No mês passado, o governo do estado deu largada ao projeto Família
Paranaense, desenvolvido nos moldes do Família Curitibana. A iniciativa, que
será gerida pela Secretaria da Família e do Desenvolvimento Social (Seds) e
envolve outras 16 secretarias, prevê ações de acompanhamento social, educação
profissionalizante, habitação e saúde, entre outras coisas, para as populações
mais carentes do estado. O governo do estado elaborou uma lista de 30
municípios prioritários para o início do projeto.
Serão investidos R$ 178 milhões, sendo que R$ 100 milhões dependem da
liberação de empréstimos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)
– assunto central da reunião entre Richa e Gleisi. As famílias cadastradas
poderão permanecer no programa por dois anos.
No Família Paranaense, não está prevista a transferência direta de
renda. Haverá apenas distribuição de comida e de produtos de limpeza para as
famílias cadastrada, no valor de R$ 50 por pessoa. Logo, o funcionamento é
bastante diferente do Bolsa Família. “Não vamos sobrepor o nosso programa ao
Bolsa Família. A ideia é que o Família Paranaense apoie o programa federal,
buscando atender a população carente do estado”, afirma Richa.
Pobreza
Passe o mouse sobre o mapa para ver a proporção de pessoas em situação
de pobreza extrema em cada município do Paraná. Centro do estado e o Vale do
Ribeira são as regiões mais afetadas.
Por Chico Marés
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