sexta-feira, 13 de abril de 2012

Governo descarta instalar UPSs no interior em 2012

As dez novas Unidades Paraná Seguro previstas para 2012 serão implantadas em Curitiba

Henry Mileo/ Gazeta do Povo / No Uberaba, início das operações foi marcado pelo controle do acesso de pessoas à região
No Uberaba, início das operações foi marcado pelo controle do acesso de pessoas à região

O governo do estado não vai implantar nenhuma Unidade Paraná Seguro (UPS) – modelo de segurança semelhante às Unidades de Polícia Pacificadora do Rio de Janeiro – no interior do Paraná em 2012. Diferentemente do anúncio que havia sido feito pelo próprio governador Beto Richa em março, de que haveria uma unidade em Londrina ainda em 2012, as dez novas UPS que serão instaladas até o fim deste ano ficarão em Curitiba. Uma unidade deve entrar em funcionamento ainda neste semestre e as nove restantes serão criadas até dezembro. 

Segundo o secretário de Segurança Pública do Paraná (Sesp), Reinaldo de Almeida César, a pasta ainda estuda como implantar o sistema no interior. “A UPS é um projeto de cidadania e seu sucesso depende da integração com o poder público municipal”, ressalta. 

Por questões de estratégia, as áreas que vão receber as UPSs não foram reveladas. A expectativa é de que as próximas unidades sejam instaladas nos bairros que têm mais registros de homicídios, como Tatuquara, Cidade Industrial de Curitiba (CIC), Cajuru e Sítio Cercado.

Em entrevista coletiva na manhã de ontem, a Sesp e a Polícia Militar (PM) divulgaram um balanço das ações realizadas na primeira UPS, que completou um mês em 8 de abril. A avaliação pela secretaria e pelo comando da PM é positiva. “Nunca foi o objetivo deste trabalho obter resultados retumbantes, mas sim sustentáveis, com soluções definitivas para a comunidade”, afirma o comandante geral da PM, coronel Roberson Luiz Bondaruk.

Para Bondaruk, o sistema se comportou como esperado, com aumento gradual da interação entre polícia e comunidade: neste primeiro mês de operação, houve um crescimento de 30% nos chamados da população do Uberaba à PM, sendo que um quarto das chamadas foi originado da região do bairro coberta pela UPS. No mesmo período, o bairro registrou 523 ocorrências, sendo 136 na área da UPS. 

A maior parte dos registros ocorreu por perturbação da tranquilidade, mas também houve reclamações de lesão corporal, furtos e roubos. Um homem foi assassinado na Vila Icaraí, poucos dias após a implantação da unidade. Para César, esse foi um caso isolado e a situação é considerada tranquila, já que o autor dos disparos foi identificado. 

A PM não apresentou relatórios comparativos com os períodos anteriores à implantação da UPS. Segundo Bondaruk, seria um erro técnico fazer tal comparação e só haverá uma base confiável de informações quando o projeto avançar. Além disso, a falta de arruamento (demarcação de ruas) foi apontada como fator que criou dificuldades na análise dos dados. De acordo com ele, a recuperação do espaço urbano será uma das medidas para modificar esse panorama.

Formação
A nova cultura de policiamento comunitário ainda está sendo assimilada pela corporação. Segundo Bondaruk, para as próximas ações as equipes serão formadas por novos policiais, treinados dentro dessa filosofia, e agentes mais experientes, para equilibrar o grupo. Ontem, 62 policiais que já trabalham em UPS ou se preparam para esta função receberam certificados de conclusão da primeira turma de um curso de 40 horas voltado ao policiamento comunitário e à discussão de direitos humanos.




Por Fernanda Trisotto

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