As dez novas Unidades Paraná Seguro
previstas para 2012 serão implantadas em Curitiba
No Uberaba, início das operações foi marcado pelo controle do acesso de pessoas à região
O governo do estado não vai implantar
nenhuma Unidade Paraná Seguro (UPS) – modelo de segurança semelhante às
Unidades de Polícia Pacificadora do Rio de Janeiro – no interior do Paraná em
2012. Diferentemente do anúncio que havia sido feito pelo próprio governador
Beto Richa em março, de que haveria uma unidade em Londrina ainda em 2012, as
dez novas UPS que serão instaladas até o fim deste ano ficarão em Curitiba. Uma
unidade deve entrar em funcionamento ainda neste semestre e as nove restantes
serão criadas até dezembro.
Segundo o secretário de Segurança
Pública do Paraná (Sesp), Reinaldo de Almeida César, a pasta ainda estuda como
implantar o sistema no interior. “A UPS é um projeto de cidadania e seu sucesso
depende da integração com o poder público municipal”, ressalta.
Por questões de estratégia, as áreas
que vão receber as UPSs não foram reveladas. A expectativa é de que as próximas
unidades sejam instaladas nos bairros que têm mais registros de homicídios,
como Tatuquara, Cidade Industrial de Curitiba (CIC), Cajuru e Sítio Cercado.
Em entrevista coletiva na manhã de
ontem, a Sesp e a Polícia Militar (PM) divulgaram um balanço das ações
realizadas na primeira UPS, que completou um mês em 8 de abril. A avaliação
pela secretaria e pelo comando da PM é positiva. “Nunca foi o objetivo deste
trabalho obter resultados retumbantes, mas sim sustentáveis, com soluções
definitivas para a comunidade”, afirma o comandante geral da PM, coronel
Roberson Luiz Bondaruk.
Para Bondaruk, o sistema se comportou
como esperado, com aumento gradual da interação entre polícia e comunidade:
neste primeiro mês de operação, houve um crescimento de 30% nos chamados da
população do Uberaba à PM, sendo que um quarto das chamadas foi originado da
região do bairro coberta pela UPS. No mesmo período, o bairro registrou 523
ocorrências, sendo 136 na área da UPS.
A maior parte dos registros ocorreu por
perturbação da tranquilidade, mas também houve reclamações de lesão corporal,
furtos e roubos. Um homem foi assassinado na Vila Icaraí, poucos dias após a
implantação da unidade. Para César, esse foi um caso isolado e a situação é
considerada tranquila, já que o autor dos disparos foi identificado.
A PM não apresentou relatórios
comparativos com os períodos anteriores à implantação da UPS. Segundo Bondaruk,
seria um erro técnico fazer tal comparação e só haverá uma base confiável de
informações quando o projeto avançar. Além disso, a falta de arruamento
(demarcação de ruas) foi apontada como fator que criou dificuldades na análise
dos dados. De acordo com ele, a recuperação do espaço urbano será uma das
medidas para modificar esse panorama.
Formação
A nova cultura de policiamento
comunitário ainda está sendo assimilada pela corporação. Segundo Bondaruk, para
as próximas ações as equipes serão formadas por novos policiais, treinados
dentro dessa filosofia, e agentes mais experientes, para equilibrar o grupo.
Ontem, 62 policiais que já trabalham em UPS ou se preparam para esta função
receberam certificados de conclusão da primeira turma de um curso de 40 horas
voltado ao policiamento comunitário e à discussão de direitos humanos.
Por Fernanda Trisotto
Nenhum comentário:
Postar um comentário