Em São José dos Pinhais, bilhetagem
eletrônica é econômica e cômoda ao usuário. Comec estuda emprego na rede integrada
metropolitana
São José mesclou os sistemas, fazendo a integração física ou temporal com o cartão VEM.
Tarifa eletrônica é mais barata
Muitos usuários do transporte coletivo
preferem pegar menos ônibus para chegar ao destino e não perder tempo nos
embarques, diminuindo o tempo de viagem. Parte dessa equação é resolvida com a
bilhetagem eletrônica, que otimiza a entrada dos passageiros nos veículos e
oferece opções para melhorar a integração – tanto a física, com o uso de
terminais, quanto a temporal, na qual o passageiro só precisa respeitar o
limite de tempo para seguir viagem em outro veículo.
A integração temporal é uma opção que
tende a ser mais econômica do que a construção de terminais de ônibus e pode
ser adotada para otimizar a Rede Integrada de Transporte (RIT), na Região
Metropolitana de Curitiba (RMC). O modelo exige poucas alterações, como
mudanças nos itinerários, para facilitar o cruzamento de linhas, e adequações
viárias, que também beneficiam outros motoristas. Por outro lado, há um custo
fixo de manutenção, já que é preciso manter uma central de monitoramento, e um
problema com tarifas diferenciadas dentro da rede.
Para Ricardo Bertin, mestre em
transportes e coordenador adjunto do curso de Engenharia Civil da Pontifícia
Universidade Católica do Paraná, a integração temporal deve ser alvo de estudo
para uma possível implantação em Curitiba e região. Ele cita o exemplo da linha
Turismo, que oferece a possibilidade de o usuário voltar ao sistema
independentemente do tempo de parada, mesmo sendo em uma situação específica.
“A integração temporal não pode ser feita com um tempo muito grande de
intervalo, porque pode sobrecarregar o sistema”, alerta.
Modelo
Em São José dos Pinhais, na RMC, a
opção foi por mesclar os sistemas, fazendo a integração física ou temporal, com
o uso do cartão VEM. A bilhetagem eletrônica foi implantada na cidade em 2008 e
desde o ano passado há integração temporal. Para incentivar a adesão ao
sistema, a primeira via do cartão não tem custo e a tarifa praticada é mais
baixa do que o pagamento em dinheiro: R$ 2,40 contra R$ 2,50.
“A bilhetagem eletrônica é mais
econômica, menos onerosa e traz conforto e comodidade para o usuário”, acredita
Luis Scarpin, secretário de urbanismo da cidade. O investimento no sistema não
saiu dos cofres da prefeitura: as empresas que operam o transporte coletivo na
cidade formaram um consórcio que faz a gestão do sistema. Segundo Leonardo
Franceschi, gestor da Central VEM, uma empresa contratada fornece o sistema de
bilhetagem, com a estrutura de software necessária. Em São José dos Pinhais foi
montada uma central que faz a gestão dos dados e conta com 25 funcionários.
Atualmente, o usuário do transporte que
precisa fazer a integração temporal tem prazo de uma hora para pegar outra
linha, mas é preciso desembolsar o valor de meia passagem para essa segunda
viagem. Apesar de ainda ser mais vantajoso do que pagar em dinheiro, já que as
duas viagens saem por R$ 3,60, uma redução de quase 30%, o modelo vai sofrer um
ajuste.
Segundo Scarpin, em abril a cidade deve
lançar um edital para a licitação do sistema. Entre as mudanças que vão ocorrer
está o sistema de pagamento. A intenção é de que a integração não pese no bolso
do usuário, que pagaria uma única tarifa.
Por Fernanda
Trisotto
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