Corpo clínico pede mudanças na direção da
Sociedade Evangélica Beneficente (SEB)
Hospital Evangélico do Paraná
Os médicos do Hospital Evangélico de Curitiba
ameaçam paralisar o atendimento e até mesmo solicitar intervenção na
administração da instituição. Isso ocorrerá caso seja mantida a direção do
hospital e da Sociedade Evangélica Beneficente (SEB) – mantenedora do
complexo médico e da Faculdade Evangélica. A SEB é suspeita de
irregularidades na execução de um contrato com o Ministério do Turismo e corre
o risco de ter de devolver R$ 3,1 milhões referente ao convênio – o que
inviabilizaria o funcionamento do hospital.
O corpo clínico do hospital estaria descontente com
a atual gestão do Evangélico e da SEB por causa de problemas administrativos.
Médicos ouvidos pela reportagem, que pediram para não ter os nomes divulgados,
afirmaram que não recebem salários há pelo menos cinco meses e que o hospital
teria uma dívida de R$ 270 milhões, entre outros problemas de gestão.
Em um manifesto entregue ontem à diretoria da SEB,
o corpo clínico do hospital pede mudanças em quase todos os cargos da diretoria
da instituição. Requerem inclusive a saída do presidente da SEB, Deimeval
Borba, que tomou posse na semana passada. No manifesto, os médicos ameaçam
paralisar todos os serviços médicos, caso as mudanças não aconteçam em dez
dias. Seria mantido apenas o atendimento clínico, cirúrgico e ambulatorial.
Os médicos estiveram reunidos ontem à noite no
hospital para deliberar sobre as reivindicações. Até o fechamento desta edição,
porém, ainda não havia uma definição sobre uma eventual paralisação.
Pressão
A pressão contra a diretoria da SEB não está
restrita somente ao corpo médico do hospital. No início deste mês, duas
denominações evangélicas, das 13 que participam da entidade, assinaram uma
notificação extrajudicial encaminhada à presidência em que requereram
documentos referentes à execução de contratos firmados com o Ministério do
Turismo. A solicitação dos documentos ocorreu em função da suspeita de
irregularidades cometidas pela SEB na execução desses contratos.
Entre os documentos solicitados, estão “cópias dos
convênios firmados com o ministério, cópia dos extratos bancários onde constem
as entradas e saídas dos valores repassados pelo Ministério do Turismo”. Na
notificação, as igrejas afirmam que a diretoria da SEB tem cinco dias para
apresentar a documentação exigida sob pena de ajuizamento de ação na Justiça. A
SEB nega que haja qualquer irregularidade na execução dos contratos com o
Ministério do Turismo.
Na tarde de ontem, a Gazeta do Povo tentou falar
com Deimeval Borba – que também é vereador na cidade de Morretes – mas ele não
atendeu o celular. A assessoria da SEB informou que apenas ele poderia comentar
a notificação e as reivindicações do corpo clínico.
Por Karlos Kohlbach | Gazeta do Povo

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