A azul e branca, campeã do Carnaval carioca em 2011,
representou na avenida a cobiça de França, Holanda e Portugal pelas terras
maranhenses, a angústia dos escravos trazidos da África para São Luís, o
folclore, a famosa festa do Bumba-Meu-Boi e seus filhos ilustres, como Joãozinho.
Para o carnavalesco Laíla, a escola fez um grande desfile. "É
o que todo mundo está falando, agora é esperar o resultado", afirmou.
"Para mim, é muito bom saber que a gente está no páreo, disputando o
título", acrescentou ao deixar a avenida.
Laíla admitiu que tinha preocupação em terminar o desfile no
tempo regulamentar, por causa do tamanho da escola, que veio com 50 alas e 7
carros.
O acabamento e eficiência das fantasias e alegorias, uma
marca da escola, estiveram presentes do início ao fim do desfile, além da
sinergia dos integrantes com o samba-enredo. A escola, no entanto, não saiu da Sapucaí
celebrada pelo público com o grito ‘'é campeã", como em outros Carnavais.
As homenagens a Joãozinho Trinta fecharam o desfile da escola
de Nilópolis. No carro alegórico que encerrou o desfile representando São Luís,
um trono vazio foi destinado ao carnavalesco e foi feita uma releitura do
polêmico "Cristo Mendigo" de 1989. Na época, Joãozinho foi proibido
de representar Cristo no carro e o trouxe coberto.
Uma escultura que entrou na avenida também coberta por um plástico
preto, lembrando o episódio do passado, desta vez era a imagem do carnavalesco.
De braços abertos, numa posição característica de suas
passagens pela avenida, ele estava no meio dos mendigos também do enredo
"Ratos e Urubus", o vice-campeão daquele ano. Atrás do carro, uma
faixa de agradecimento: "Valeu João, Valeu”.
"Nós pensávamos prestar essa homenagem a ele com vida.
Infelizmente, ele fez a passagem e aí a gente resolveu trazer o Cristo mendigo
e acredito que tenha sido bem representado", afirmou Laíla.
Para o puxador Neguinho da Beija-flor, se estivesse vivo, Joãozinho
se faria presente no desfile da escola. "Tenho certeza que espiritualmente
(Joãozinho) está conosco", afirmou. Joãozinho liderou os títulos da Beija-flor
em 1976, 1977, 1978, 1980 e 1983, período em que revolucionou o Carnaval
carioca, na opinião de críticos.
(Por Maria Pia Palermo, com reportagem de Pedro Fonseca)
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