Em
assembleia nesta segunda-feira, policiais decidiram intensificar protestos por
reajuste salarial, mas sem paralisar as atividades
Os
policiais militares e bombeiros do Paraná decidiram que não vão entrar em greve
nem paralisar suas atividades. Nesta segunda-feira (13), eles decidiram entrar
em estado de vigília – o que significa uma intensificação dos protestos por
reajuste salarial. Em assembleia realizada na Sociedade Beneficente dos
Subtenentes e Sargentos, em Curitiba, representantes de associações militares
decidiram por elevar o tom da campanha, mas sem paralisação.
“Essas
palavras não estão no nosso dicionário”, garantiu o cabo Bento Eliseu Aleixo,
um dos líderes do fórum das entidades de classe da categoria. “Ninguém melhor
que nós sabe a falta que o policial militar e o bombeiro fazem. Todas as
manifestações serão feitas por militares de folga, inativos e familiares”,
antecipa.
O
primeiro ato está marcado para esta terça-feira (14), às 13 horas, na praça
Nossa Senhora de Salete, sede do poder executivo estadual. Durante 24 horas, os
policiais se revezarão para manter velas acesas ininterruptamente. Também estão
sendo planejadas novas passeatas, carreatas e panfletagens.
Os
policiais militares e bombeiros pedem um reajuste retroativo a 1998, o que
faria o piso salarial saltar 105% – de R$ 2,2 mil para R$ 4,5 mil. Se a
proposta for aceita, a PM paranaense passa a ter o piso mais alto do Brasil. O
governo estadual informou que irá apresentar uma contraproposta ainda nesta
semana.
“Se
a proposta vier ao encontro dos nossos anseios mínimos, ainda assim será
interessante”, avalia Aleixo. Ontem, o secretário de Administração e
Previdência, Luis Carlos Hauly, declarou à Gazeta do Povo que o governo não tem
condições financeiras de conceder qualquer aumento neste momento.
Os
policiais negam que a decisão de não entrar em greve foi motivada pelo
desdobramento dos piquetes realizados na Bahia e no Rio de Janeiro, onde
líderes foram presos e movimentos foram desarticulados. “A nossa situação é
diferente. Aqui, quem descumpre a lei é o governo do estado, ao não implantar a
emenda 29 [que garante o subsídio à categoria]. Mas as decisões nesses lugares
não nos influenciaram porque a greve não é uma opção”, descarta Aleixo.
Por Osny Tavares e Diego Ribeiro | Gazeta do Povo
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