Vereador tucano Emerson Prado pede ao colega de
partido que renuncie à presidência da Câmara. Essa teria sido uma orientação da
própria legenda
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Emerson Prado (PSDB): “[Derosso] está condenado politicamente”
O líder do PSDB na Câmara Municipal de Curitiba,
vereador Emerson Prado, recomendou aos integrantes da bancada tucana que
sejam favoráveis à destituição do vereador João Cláudio Derosso (PSDB) da
presidência da Casa – atualmente, o tucano está licenciado do cargo. Baseado no
artigo 31 do Regimento Interno da Câmara, o bloco de oposição pretende
apresentar um pedido para destituir Derosso da presidência, mas para isso
precisa de 20 assinaturas favoráveis.
Prado disse que chegou a sugerir a Derosso que
renuncie ao cargo em razão da pressão interna e da sociedade. De acordo com o
vereador, essa teria sido uma orientação do próprio partido. “Seria melhor para
ele sair de forma honrosa. Apesar de não ter sido condenado judicialmente, ele
está sofrendo um julgamento político”, diz.
O vereador Felipe Braga Côrtes (PSDB) alega que não
houve reunião para tratar da recomendação, mas ele diz concordar com o posicionamento
estabelecido pelo líder da bancada. “Da minha parte, sou favorável. A crise é
muito grande. Trata-se de um momento oportuno para a saída do presidente”,
afirma.
Derosso se limitou a dizer que não tinha
conhecimento do fato. No entanto, depois de estar ausente do início da sessão
de ontem, foi ao plenário e teve conversas pessoais com cada um dos integrantes
do PSDB.
Há consenso entre os vereadores de que a
permanência de Derosso, mesmo que licenciado da presidência da Casa,
desgasta os parlamentares. “Esse caso já se prolongou demais e está
insustentável. Ele está condenado politicamente. A permanência é uma decisão de
foro íntimo pessoal”, afirma Prado.
Para o líder do PT na Câmara, o vereador Pedro
Paulo, a divisão dos tucanos é reflexo da pressão exercida pela sociedade. “O
desgaste não é só do Derosso, como de todo o PSDB; e já chega à base de apoio
do prefeito”, afirma. Alguns vereadores não escondem que o caso pode respingar
em todos na eleição deste ano – quase a totalidade dos vereadores de Curitiba
se declararam candidatos à reeleição em consulta feita pela Gazeta do Povo em
fevereiro.
Requerimento
Na segunda-feira, o requerimento da oposição
pedindo o afastamento definitivo de Derosso da presidência da Câmara foi
arquivado pelo presidente interino, Sabino Picolo (DEM), que alegou não haver
embasamento legal para o pedido. Porém, o artigo 31 do regimento interno foi
indicado por ele como alternativa.
A regra prevê a possibilidade de destituição de
integrantes da Mesa Executiva. Para o processo ser iniciado, no entanto, é
necessário que 20 vereadores assinem o documento pedindo o afastamento
definitivo.
Depois de recolhidas as assinaturas, seria
instalada uma Comissão Processante que decidiria levar ou não o requerimento
para votação em plenário. Para ser aprovado, o pedido precisar receber 26
votos. A situação, no momento, não parece muito favorável a Derosso.
Levantamento da Gazeta do Povo de ontem mostrou que 20 vereadores são
favoráveis ao afastamento e existem outros seis do PSDB que não se manifestaram
ou estavam indecisos.
Caso o pedido de afastamento receba as 20
assinaturas necessárias, uma possível saída de Derosso demoraria, no máximo,
três meses. Esse é o prazo necessário para a realização de uma Comissão
Processante e da decisão do plenário.
Por Vinicius Boreki
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