Os sindicatos esperam a adesão dos cerca de
10,5 mil profissionais da cidade. Professores farão uma passeata na
quarta-feira da Praça Santos Andrade até a prefeitura
Professores da rede municipal de ensino
decretaram greve na quinta-feira (8)
(Foto: Divulgação/ Sismmac)
decretaram greve na quinta-feira (8)
(Foto: Divulgação/ Sismmac)
Professores e servidores de escolas municipais de Curitiba entram em greve
nesta quarta-feira (14) por tempo indeterminado. Os sindicatos esperam a adesão
dos cerca de 10,5 mil profissionais da rede municipal de ensino, 181 de escolas
de ensino fundamental e 183 de educação infantil. A decisão foi confirmada
nesta terça-feira (13), depois de uma tentativa frustrada de acordo em uma
reunião realizada entre representantes da Secretaria Municipal da Educação com
o Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac)
e o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc).
Os professores querem que o piso salarial de
R$1.199,64 pago pela prefeitura a docentes com curso superior em uma jornada de
20 horas seja aumentado para R$ 1.800. A prefeitura anunciou em 29 de fevereiro
que vai aumentar esse valor para R$ 1.319,90, mas os sindicalistas consideram o
reajuste insuficiente.
A interpretação feita pelo Sismmac é a de que, se o
piso nacional sugerido pelo Ministério da Educação (MEC) para um professor com
ensino médio para uma jornada de 20 horas é de R$ 725,50, um professor com
curso superior deve receber no mínimo R$ 1.800 para a mesma carga horária de
trabalho no início de carreira. Os sindicatos consideram ainda que a quantia
divulgada pelo MEC serve apenas de orientação para cidades mais pobres, o que
não é o caso de Curitiba.
“É claro que a gente não consegue dar um salto R$
1199,64 para R$ 1.800”, afirmou a secretária municipal da Educação, Liliane
Sabbag. Segundo ela, com o reajuste de 10% e o pagamento de uma gratificação de
pelo menos R$ 275 mensais do Programa de Produtividade e Qualidade (PPQ), o
salário dos professores para 20 horas de trabalho chegará a R$ 1594,90. Os
sindicalistas, no entanto, alegam perdas salariais acumuladas e insistem no
aumento do piso para R$ 1.800. Segundo o Sismmac, como a Secretaria Municipal
da Educação não apresentou novas propostas, a categoria não teve outra
alternativa além da greve.
Além do acréscimo nos salários, os professores
querem que a prefeitura melhore as condições de trabalho, reformule o plano de
carreira e que o órgão responsável pelo atendimento de saúde dos servidores
municipais não seja privatizado. “Entre tantas coisas, a prefeitura não cumpre
a Lei [Nacional do Piso do Magistério, N.º 11.738 de 2008] que determinou que
33% da jornada de trabalho seja dedicada à hora-atividade [tempo extraclasse
para capacitação e preparo das aulas]. Hoje, em Curitiba, apenas 20% do tempo é
destinado a esse fim. Também não há o respeito pelo número reduzido de alunos,
as classes estão lotadas, o que compromete as atividades”, afirmou Silmara
Carvalho, uma das diretoras do Sismmac.
Na reunião desta manhã, a Secretaria Municipal da
Educação prometeu ampliar o quadro de professores para conseguir implantar a
hora-atividade de 33,33%. “Hoje, muitos professores têm garantido 20% para a
hora-atividade e alguns chegam a 24%. Isso significa que para chegar ao patamar
previsto pela lei está faltando de 9% a 13%, dependendo do profissional, e, por
isso, estamos contratando professores que acabam de participar de um concurso e
programamos outro ainda para esse ano”, informou Liliane.
Por Denise Drechsel

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