Os organizadores
da Fórmula 1 devem decidir nos próximos dias se realizam ou não o Grande Prêmio
do Barein neste ano, levando em conta os protestos antigoverno que já levaram
ao cancelamento da corrida de 2011.
Há confrontos
diários nas ruas, um ativista está em greve de fome na cadeia, e a oposição diz
que a corrida deveria ser cancelada. Já os organizadores e o governo dizem que
a situação está sob controle, e que não há motivo para cancelar o GP.
Protestos
previstos para depois das orações islâmicas de sexta-feira podem influir na
decisão, mas até agora a categoria parece inclinada a realizar a prova.
"A corrida
está no calendário, está marcada", disse o chefe comercial da F1, Bernie
Ecclestone, em Xangai, onde acontece a próxima etapa da temporada. "As
únicas pessoas que podem fazer algo a respeito são as da autoridade esportiva
nacional, que podem pedir a retirada do calendário. Se não... estaremos
lá."
O Barein se
orgulha de ter sido o primeiro país do Oriente Médio a receber a F1, em 2004. A
edição de 2010 atraiu mais de 100 mil visitantes, que gastaram meio bilhão de
dólares no pequeno país.
A realização da
corrida seria também uma oportunidade para que a monarquia sunita mostrasse que
há um progresso no processo de reformas e de conciliação com a maioria xiita da
população.
A corrida do ano
passado foi inicialmente adiada, e depois cancelada, por causa dos protestos
dos xiitas contra a monarquia, parte da Primavera Árabe. Mais de 30 pessoas
morreram na repressão, que teve ajuda de forças militares sauditas.
O GP do Barein
neste ano está marcado para o fim de semana de 20 a 22 de abril, e uma decisão
deve ser tomada neste fim de semana pelas equipes em Xangai.
"A
sexta-feira sempre é o dia mais movimentado de protestos (no mundo
árabe)", comentou o membro de uma equipe, pedindo anonimato. "Então
sábado pode ser um dia provável para uma reunião de emergência."
Entre as
equipes, a McLaren tem vínculos particularmente estreitos com o Barein, já que
o fundo soberano do reino, chamado Mumtalakat, possui 42 por cento das ações do
grupo McLaren e 50 por cento do seu braço automotivo.
Por Reed
Stevenson e Alan Baldwin
(Reportagem
adicional de Isabel Coles em Dubai)
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