O presidente dos Estados
Unidos, Barack Obama, prometeu nesta segunda-feira negociar mais reduções de
arsenais nucleares com a Rússia, pediu à China que siga o exemplo e emitiu
alertas à Coreia do Norte e ao Irã.
Admitindo que os Estados Unidos têm mais ogivas nucleares do
que o necessário, Obama manteve em aberto a possibilidade de mais reduções do
arsenal, ao mesmo tempo em que buscava atrair outros líderes nucleares para que
adotem medidas concretas contra a ameaça do terrorismo nuclear.
"Já podemos dizer com confiança que temos mais armas
nucleares do que precisamos", disse Obama a alunos da Universidade Hankuk,
na Coreia do Sul, horas antes de inaugurar uma cúpula global de segurança em
Seul.
Ele prometeu discutir a questão do desarmamento na sua
reunião de maio com o presidente eleito da Rússia, Vladimir Putin. Mas novas
reduções dos arsenais enfrentariam forte resistência da oposição republicana no
Congresso norte-americano, que, em ano eleitoral, já acusa Obama de enfraquecer
a dissuasão nuclear dos Estados Unidos.
Obama apresentou sua nova estratégia diante de um quadro em
que Coreia do Norte e o Irã desafiam a pressão ocidental para abrir mão de seus
programas nucleares.
O presidente criou grandes expectativas quando declarou em
2009, em Praga, que seria hora de buscar "um mundo sem armas
nucleares". Ele admitiu na época que se tratava de um objetivo de longo
prazo, mas foi esse tipo de oratória ambiciosa que o ajudou a ganhar o Nobel da
Paz.
Em Seul, ele reiterou seu compromisso, dizendo que estão
errados os que "zombam da nossa visão, que dizem que nossa meta é
impossível e será sempre inatingível".
Ele também usou o discurso para falar à Coreia do Norte, que
pretende lançar um foguete de longo alcance no mês que vem, causando
preocupação em potências vizinhas.
"Saibam disso: não haverá mais recompensas por
provocações. Esses dias acabaram. Eis a escolha à frente de vocês",
afirmou Obama, que no mesmo dia discutiu a questão norte-coreana com o
presidente chinês, Hu Jintao.
A Coreia do Norte disse que vai disparar o foguete para
colocar um satélite em órbita, mas Estados Unidos e Coreia do Sul temem que se
trate do teste disfarçado de um míssil balístico.
Anteriormente nesta segunda-feira, Obama acusou o Irã de ter
trilhado o "caminho da recusa, do logro e da enganação" no trato com
o exterior, mas que ainda há tempo para uma solução diplomática na questão
nuclear, e é preciso que Teerã demonstre urgência.
"O tempo é curto", disse Obama sobre a
possibilidade de novas negociações entre o Irã e potências nucleares. "Os
líderes do Irã devem entender que não há escapatória."
Os Estados Unidos e seus aliados acusam o Irã de desenvolver
armas nucleares sigilosamente, algo que Teerã nega.
Por Matt Spetalnick e
Jeremy Laurence
Por Alexei Anishchuk, Yoo Choonsik, Jack Kim e Alister Bull
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