Na comemoração dos 65 anos da cidade, pesquisa mostra que 70% dos
moradores vieram de outras localidades e não pensam em deixá-la
Mauricio Ribeiro, Márcio Ono e Marcio Giovane: “forasteiros”
Maringá completa hoje 65 anos. A história da Cidade Canção tem sido feita com
sotaques distintos: paulistas, mineiros e nordestinos foram os primeiros a
chegar ao povoado que viria a tornar-se a terceira maior cidade do estado.
Mesmo após as grandes caravanas organizadas pela Companhia Melhoramentos Norte
do Paraná, entre 1947 e 1949, a entrada de “forasteiros” continuou, dando uma
feição cosmopolita à Região Noroeste.
Esse caráter absorvedor da cidade pode ser visto no levantamento
feito pelo Paraná Pesquisas para a Gazeta do Povo: 67% dos entrevistados
nasceram em outros municípios. Mais da metade deles (55%) veio do interior do
Paraná, enquanto 21% nasceram no interior de São Paulo. “Maringá é diferente de
outros municípios paranaenses. É um local que recebe muitas pessoas do interior
de São Paulo, que preferem morar em uma cidade maior, mas em outro estado, do
que se mudar para a capital paulista”, assinala o diretor do Paraná Pesquisas,
Murilo Hidalgo Lopes de Oliveira.
É o caso do professor universitário Márcio Assunção, 34 anos, que
deixou Porto Primavera em 1998 para fazer faculdade. “Assim que pisei aqui e vi
o verde, me apaixonei pela cidade, por essa mistura entre o moderno e o
tradicional. Maringá não tem um grande porte, mas também não é uma pequena
cidade do interior”, diz ele.
Na casa de Assunção residem outros dois “forasteiros”: o mineiro
de Jacuí Mauricio Ribeiro, 32 anos, e o sul-matogrossense de Carapó Marcio Ono,
33. Eles também decidiram se mudar para Maringá para estudar. Um levantamento
feito no ano passado pela consultoria Hoper Educacional, a pedido do Centro
Universitário de Maringá (Cesumar), revelou que a cidade conta com cerca de 40
mil estudantes no ensino superior, 50% deles de outras cidades.
Muitos desses universitários acabam por ficar no município. “Não é
uma questão de comodismo, mas a gente cria raízes, constrói a carreira e faz
amigos”, conta Ono, que vive em Maringá desde 1998 e trabalha como assistente
administrativo da Companhia Paranaense de Energia (Copel).
Para Mauricio Ribeiro, que morava em Jacuí (7 mil habitantes) e
estudou em Ribeirão Preto (600 mil habitantes), Maringá era o meio-termo ideal:
“Escolhi a cidade pelo nível da universidade e pela qualidade de vida”, diz
ele, que é gerente de empresas.
Por Marcus Ayres, da
Gazeta Maringá
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