Milhares de policiais britânicos pretendem se juntar a
agentes de fronteira e trabalhadores da saúde num protesto nesta quinta-feira
contra tetos salariais, reformas previdenciárias e outras medidas de
austeridade.

Os sindicatos preveem que
cerca de 400 mil funcionários públicos vão parar, num protesto que deve ser
menor que o de novembro, quando a Grã-Bretanha teve sua maior greve dos últimos
anos. Ainda assim, será uma importante manifestação de descontentamento, logo
depois de o governo levar uma surra em eleições locais.
A rara cena de uma
passeata com cerca de 20 mil policiais fora do expediente será particularmente
constrangedora para o primeiro-ministro David Cameron, cujo Partido Conservador
se orgulha de valorizar a lei e a ordem.
"Primeiro-ministro,
as ações falam mais alto que as palavras", disse o sindicato Federação
Policial em anúncio de página inteira publicado na quinta-feira em vários
jornais.
"Os policiais sentem
fortemente que o corte de 20 por cento no orçamento policial, a privatização de
tarefas centrais do policiamento e o prosseguimento das mal consideradas
reformas policiais pelo governo podem colocar em risco a segurança
pública."
Os conservadores e seus
sócios de coalizão, o Partido Liberal Democrata, prometeram manter as
impopulares medidas de austeridade, apesar dos maus resultados de ambos os
partidos nas eleições municipais da semana passada, que refletiram a
insatisfação popular com o fato de o país ter voltado à recessão após dois anos
de cortes nos gastos públicos.
Vários governos europeus
já foram abatidos nos últimos anos por causa de medidas econômicas impopulares
-- incluindo, no último fim de semana, o presidente da França, Nicolas Sarkozy,
derrotado em sua tentativa de reeleição.
Nick Herbert, ministro
britânico encarregado de questões policiais, defendeu as medidas do governo.
"É muito importante
que decisões duras sejam tomadas para lidar com o déficit, e receio que o
serviço policial e os agentes policiais não podem ser isentados disso.
Realmente não acho que seria justo", disse ele à TV Sky News.
Desde a década de 1990,
policiais britânicos são proibidos de fazerem greve. A Federação Policial, que
representa 135 mil agentes de baixo escalão na Inglaterra e País de Gales,
disse que o protesto de quinta-feira deve ser maior do que o de 2008, quando policiais
saíram às ruas num protesto contra o então governo trabalhista por melhores
salários.
"Estamos na maré mais
baixa que eu consigo lembrar", disse Paul McKeever, presidente da
entidade, à Reuters.
Por
Michael Holden
© Thomson Reuters 2012 All rights reserved.
Nenhum comentário:
Postar um comentário