Pela
manhã, Roberto Leitão tem um cargo administrativo em uma paróquia católica do
sul da Califórnia. De noite, ele trabalha com sua outra paixão: prever os
resultados da Apple.
Leitao é
parte de um elenco de analistas amadores, blogueiros e entusiastas que analisam
montanhas de dados a cada trimestre a fim de tentar adivinhar os resultados
trimestrais da Apple -muitas vezes causando embaraço aos analistas
profissionais ao apresentarem projeções mais precisas.
Co-fundador
do Apple Independent Analysts Group, Leitão ocupava a sétima posição, em
dezembro, dentre 50 analistas que cobrem a Apple, de acordo com a revista
Fortune, que constatou que as projeções deles ficam mais próximas dos
resultados oficiais do que as avaliações de bancos prestigiosos como o Goldman
Sachs e Morgan Stanley.
Enquanto
as avaliações de analistas profissionais sobre a receita e lucro por ação da
Apple no trimestre passado apresentaram imprecisão, em média, de 21 por cento,
as dos amadores tinham incorreção média de apenas 10 por cento, de acordo com
dados da Fortune.
Isso leva
a dúvidas de quão bom é o trabalho de Wall Street para projetar os resultados
da Apple, maior companhia dos EUA em valor de mercado, famosa em superar as
projeções do mercado trimestre após trimestre.
Leitão
não acredita que ele e os mais de 100 membros do Apple Independent Analysts
Group -que ele iniciou como hobby- sejam mais inteligentes que seus colegas
profissionais. Sua interpretação é a de que Wall Street tende a ser mais
cautelosa.
E o fato
de que a Apple mesma ofereça projeções quase sempre modestas não ajuda.
"No trabalho deles, existe risco maior em oferecer estimativas agressivas,
altas demais", disse Leitão sobre os analistas das grandes corretoras.
Nos
últimos dois anos, os resultados da Apple excederam as expectativas dos
analistas de Wall Street consultados pela Thomson Reuters I/B/E/S em ao menos
13 por cento, e muitas vezes por margem bem maior. A exceção foi o terceiro
trimestre de 2011, quando os números da empresa ficaram abaixo do consenso do
mercado.
Por
Poornima Gupta e Noel Randewich
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