O
governo brasileiro negou nesta sexta-feira que irá romper um acordo automotivo
com o México, mas afirmou que poderá usar a cláusula de saída do entendimento,
que é desfavorável ao Brasil, caso as negociações para rever os termos
fracassem.

Foto Divulgação
O
México é a terceira principal origem de veículos importados no país e o
comércio de automóveis entre os dois países foi deficitária para o Brasil nos
últimos anos. A ruptura, se confirmada, é mais uma estratégia do governo da
presidente Dilma Rousseff para conter a entrada de carros produzidos no
exterior e que já representam quase um quarto do vendido no país.
"Nós
colocamos como alternativa a utilização da cláusula de saída do acordo. Não é
ruptura", disse o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, Fernando Pimentel.
O
acordo permite fluxo de automóveis, peças e partes de veículos sem incidência
ou com redução de tarifas de importação. Atualmente, montadoras no Brasil têm
usado o acordo para complementar suas ofertas no país, com modelos mais
sofisticados ante um parque fabril nacional mais voltado a veículos compactos
populares.
O
Brasil quer renegociar alguns termos, como o aumento do conteúdo regional e
ampliação do escopo do acordo, para incluir caminhões, ônibus e utilitários, e "melhorar
o saldo", disse o ministro.
O
presidente mexicano, Felipe Calderón, telefonou para Dilma nesta tarde e ambos
acertaram em reabrir a renegociação dos termos do acordo, segundo Pimentel, que
demonstrou otimismo nas negociações com o parceiro latino.
"Há
enorme interesse do México em manter o acordo", disse ele. O governo
acredita que até o fim de fevereiro as negociações devem ser encerradas.
Em
2011, o México ficou no terceiro lugar no ranking de principais origens de
importações brasileiras de veículos, com participação de 13,8 por cento, atrás
de Coreia do Sul, com 19,2 por cento; e Argentina, com 44 por cento, segundo
dados da associação de concessionários de veículos, Fenabrave.
(Reportagem de Hugo Bachega)
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