O representante de Comércio Exterior dos Estados Unidos,
Ron Kirk, confirmou nesta terça-feira que Washington apresentou uma demanda
contra a China na Organização Mundial do Comércio (OMC) por suas exportações
"desleais" de metais denominados terras-raras, indispensáveis para
produtos de alta tecnologia.
"A China limita cada vez mais suas exportações, o
que provoca enormes distorções e interrupções que afetam a rede de
abastecimento destes materiais no mercado mundial", afirma Kirk em um
comunicado.
A OMC confirmou ter recebido a queixa apresentada contra
a China por suas restrições às exportações das terras-raras, essenciais para a
fabricação de produtos de alta tecnologia.
A União Europeia (UE) se uniu nesta terça-feira aos
Estados Unidos e ao Japão na demanda contra a China.
Os dois países e o bloco europeu criticam as restrições
da China à exportação de terras-raras, usadas em produtos de alta tecnologia.
"Junto aos Estados Unidos e Japão, a União Europeia
levou sua divergência com a China formalmente à OMC", afirma a Comissão
Europeia em um comunicado.
A nova ação segue uma disputa da UE com a China sobre a
exportação de matérias-primas que terminou com decisão a favor dos europeus.
"As restrições da China sobre as terras-raras e
sobre outros produtos violam as normas internacionais do comércio e devem ser
suprimidas", afirma o comissário de Comércio da UE, Karel De Gucht, em um
comunicado.
A China é o maior produtor mundial de terras-raras, os 17
metais indispensáveis para fabricar produtos de alta tecnologia, utilizados dos
mísseis aos telefones celulares, passando pelos veículos elétricos e usinas
eólicas.
A vontade de Pequim de controlar as exportações de
terras-raras provocou uma onda de protestos no exterior. Quase 97% da produção
destes metais procede da China, que dispõe de um terço dos recursos mundiais e
onde a extração provoca graves danos ao meio ambiente e aos moradores.
Esta não é a primeira vez que a OMC tem que decidir uma
disputa sobre terras-raras com o gigante asiático, segunda maior economia
mundial. Ano passado, a organização com sede em Genebra condenou a China por
uma demanda apresentada em 2009 pela UE, Estados Unidos e México contra as
restrições impostas às exportações de nove matérias-primas essenciais para a
indústria europeia.
"Apesar do precedente, a China não fez nenhum
esforço para suprimir as restrições à exportação. Isto não nos deixa outra
escolha", destacou De Gucht.
Antes da apresentação oficial da demanda, o ministério
chinês das Relações Exteriores alegou que as cotas impostas por Pequim às
exportações cumprem as regras da OMC.
"As cotas foram estabelecidas para proteger o meio
ambiente e permitir o desenvolvimento sustentável", afirmou o porta-voz do
ministério, Liu Weimin.
France Presse
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