Se você tem alguma dúvida sobre segurança da informação (antivírus,
invasões, cibercrime, roubo de dados, etc), vá até o fim da reportagem e
utilize a seção de comentários. A coluna responde perguntas deixadas por
leitores todas as quartas-feiras.
Velhos boatos e “pegadinhas” da internet parecem estar
ganhando adaptações e vida nova no Facebook, mas há quem também “curta” e
publique – às vezes sem querer – vírus e conteúdos “virais” espalhados por apps
adicionados ao perfil da rede social. A coluna de hoje mostra um pouco desses
ataques e outros boatos, além de trazer algumas dicas para evitá-los.
Seguindo o exemplo das mensagens via e-mail, publicações
no Facebook que oferecem conteúdos extraordinários ou incríveis são a isca
preferida dos criminosos para atrair internautas à pragas digitais. Um exemplo:
no início deste mês de fevereiro, a fabricante de antivírus Sophos divulgou um
alerta sobre um vírus espalhado pelo Facebook em uma mensagem que prometia
imagens da CNN de ataques dos Estados Unidos ao Irã – um suposto início da
“terceira guerra mundial”.
Mensagem com vírus especulava sobre início de nova guerra
mundial.
(Foto: Reprodução)
É claro que a mensagem era falsa.
Criminosos brasileiros já utilizaram táticas com o humor
para chamar atenção. Em um dos ataques, uma página com o Tiririca foi inclusive
colocada nos “anúncios” do Facebook. A página, ao ser carregada, solicitava um
download de um arquivo. Quem fizesse o download e executasse o programa seria
infectado com um vírus que rouba senhas bancárias.
Outro comportamento comum no Facebook é o
compartilhamento de boatos ou fraudes. Chamados tecnicamente de “hoaxes”,
alguns desses temas são – mais uma vez – apenas variações do que já circulava
via e-mail.
Um exemplo bastante comum é o que solicita que uma imagem
seja compartilhada para que alguém (normalmente uma criança) ganhe uma ajuda em
dinheiro. As imagens normalmente dizem que, para cada compartilhamento ou
clique em “Curtir”, uma quantia em dinheiro será transferida para a vítima
exposta na imagem. Essas informações são mentirosas.
Internautas até criaram imagens com personagens de
desenhos para brincar com a sugestão pouco realista dessas imagens.
No Brasil, criminosos usaram imagem do palhaço Tiririca para disseminar um vírus.
(Foto: Reprodução)
Outro problema está nos “plug-ins virais”. Esses são
plug-ins que se multiplicam de alguma forma; o mais comum é que eles exijam que
você adicione algo ao seu perfil no Facebook para ter acesso a um conteúdo
“protegido” ou “restrito”. Quando você adiciona o aplicativo ao seu perfil,
imediatamente o conteúdo é publicado para seus contatos, que poderão cair no
mesmo golpe.
Adicionar plug-ins e aplicativos ao perfil do Facebook de
forma descuidada é perigoso. Informações que você não acredita que está
compartilhando ficarão acessíveis ao responsável pelo app. Além disso, o
plug-in pode publicar informações no seu mural sem o seu consentimento – na
verdade, você já autorizou a publicação de conteúdo quando adicionou o software
ao perfil. De forma silenciosa, enquanto navega na web, o plug-in pode estar
interagindo com seu perfil no Facebook.
Finalmente, existe o problema com falsas promoções. Nas
últimas semanas, muitos perfis ofereceram promoções com iPhones: “basta clicar
ou curtir para concorrer”, afirmavam os anúncios. As publicações também eram
mentirosas. Apesar de não haver um dano imediato, os fraudadores conseguem um
ganho de popularidade com esse tipo de ação, o que polui a rede social, diminui
a utilidade dela como ferramenta e incentiva a realização de mais “pegadinhas”.
Imagens com personagens dos desenhos japoneses
Pokémon e Dragon Ball
satirizam pedidos de 'ajuda' no Facebook.
(Foto: Reprodução)
O que fazer?
As dicas são simples:
Mantenha
o seu navegador de internet e os plug-ins do navegador (como Flash e leitor de
PDF) atualizados. Isso serve para evitar ataques que exploram brechas nesses
softwares e que poderiam ser disseminados pela rede social para infectar o PC.
Não faça
o download de programas a partir de links na rede social.
Tenha
cuidado ao participar de “promoções” na rede social. Na dúvida, verifique com
as marcas envolvidas se aquela ação realmente está sendo realizada. Às vezes,
promoções em uma rede social são divulgadas em outra. Nesses casos, uma breve
pesquisa é suficiente para tirar a dúvida.
Não
compartilhe conteúdos que sugerem a transferência de dinheiro para alguém com
um mero “curtir” ou “compartilhar”. Pesquise
antes de compartilhar algo que parece suspeito.
Por Altieres Rohr