Já os professores da capital aceitaram
a proposta da prefeitura e cancelaram a paralisação
Servidores municipais decidiram retomar a greve a a
partir da próxima segunda-feira
contra a falta de proposta de
incorporação das gratificações aos salários
Os servidores municipais de Curitiba
decidiram, na noite desta quarta-feira (21), cruzar os braços mais uma vez a
partir da próxima segunda-feira (26). A greve da categoria havia sido suspensa
na semana passada para uma nova negociação com relação ao pagamento de
gratificações.
A retomada da greve foi decidida em uma
assembleia na Praça Carlos Gomes, no centro da cidade, que contou com a
participação de cerca de 200 pessoas ligadas ao Sindicato dos Servidores
Públicos de Curitiba (Sismuc). Já os professores municipais aceitaram a
proposta da prefeitura e acabaram com o estado de greve em assembleia no Centro
de Convenções, que reuniu cerca de mil pessoas vinculadas ao Sindicato dos
Servidores do Magistério de Curitiba (Sismmac).
Os professores municipais cancelaram a
greve e aceitaram a proposta de aumento salarial de 10% mais 8,69% referente ao
que seria dado em gratificação variável diferença entre a decisão dos dois sindicatos
deve-se ao tratamento que a direção de cada uma das entidades alegam ter
recebido do Executivo. O Sismmac conseguir barrar a criação de uma gratificação
variável ao salário dos professores e incorporar o valor a remuneração mensal
normal. Já o Sismuc alega que a prefeitura não alterou em nada a proposta
discutida na semana passada, que prevê a manutenção da gratificação existente
nos moldes atuais e o início da incorporação somente a partir de maio de 2013.
A prefeitura foi procurada após o
término das duas assembleias, mas devido ao horário não foi possível conversar
com nenhum representante do Executivo sobre a decisão das duas categorias. As
negociações entre representantes da prefeitura e dos dois sindicatos terminaram
no fim da tarde desta quarta. No site da prefeitura de Curitiba, em matéria
publicada antes das assembleias, a prefeitura defendia criação do Programa de
Produtividade e Qualidade (PPQ), a remuneração variável. “Provamos com números
esclarecedores que o PPQ é melhor para o profissional do magistério”, disse a
secretária de Recursos Humanos, Maria do Carmo de Oliveira de acordo com o
site.
Para o Sismuc, que representa cerca de
20 mil funcionários, a proposta apresentada era do aumento de 10% nos salários
para o funcionalismo municipal e nenhuma incorporação das gratificações
existentes ainda neste ano, somente em 2013. “Nós entendemos que a prefeitura
podia ter melhorado essa proposta e isso não aconteceu”, explicou a secretária
jurídica do Sismuc, Irene Rodrigues.
Com isso, os servidores marcaram um ato
em frente ao prédio da prefeitura no Centro Cívico a partir 16 horas nesta
sexta-feira (23). Um bolo será levado ao local em homenagem ao aniversário do
prefeito Luciano Ducci (PSB). A partir de segunda, a greve deve ser retomada
com um ato a partir das 8 horas em frente a Câmara de Vereadores. “Vamos acompanhar
a votação (do projeto de lei que prevê o aumento e a incorporação em 2013) e
pressionar para que os vereadores aprovem as emendas que apresentamos”, falou
Irene.
Magistério
Os professores, por outro lado,
concordaram com a proposta recebida do Executivo. De acordo com a negociação, o
magistério municipal continuará sem gratificações variáveis nos salários e a
proposta de criação deste tipo de remuneração será transformada em aumento
real, segundo o Sismmac.
A proposta aprovada pelos professores prevê
o aumento de 10%, geral para todos os servidores, mais 8,69% referente ao valor
que seria dado em gratificação. Com isso, o salário base do magistério
municipal deve passar de cerca de R$ 1,2 mil para R$ 1,4 mil. “A gente fez o
cálculo e vamos ter um aumento de quase 20% da tabela”, disse Andressa
Fochesatto, diretora do Sismmac.
Apesar disso, não ficou definida uma
data para a proposta de 8,69% ser enviada a Câmara Municipal. Mas, o acordo,
segundo o Sismmac, prevê o pagamento a partir do salário referente ao mês de
abril. Outra diretora do sindicato, Silmara Carvalho, disse que caso isso não
aconteça o movimento de greve pode ser retomado. “É pressão de novo em cima”,
declarou.
Câmara
Enquanto os sindicatos negociam a
remuneração variável com a prefeitura, já tramita na Câmara de Vereadores um
projeto de lei que prevê aumento de 10% para o funcionalismo municipal. A
proposta foi aprovada pelas comissões nesta quarta e pode ir a plenário na
semana que vem.
Além do reajuste, um pacote de benesses
aos servidores pode seguir para a avaliação dos parlamentares, como o aumento
do piso dos guardas municipais e pagamento de gratificação aos professores da
rede municipal. O corte de 30% do salário do prefeito, anunciado junto com o
reajuste, não passou pela avaliação da Casa.
Por Heliberton Cesca