Meia do Coxa recusa rótulo de destaque individual e ressalta
coletividade da equipe
Lincoln assumiu o papel de um dos principais jogadores do Coritiba nos últimos jogos
À medida que o meia Lincoln mantém uma regularidade atuando pelo Coritiba, a
imagem de Marcos Aurélio vai ficando cada vez mais distante do imaginário do
torcedor coxa-branca. Enquanto a saída do baixinho para o Internacional, no
final do ano, foi recheada de preocupação da torcida, a chegada do jogador
que estava no Avaí foi cercada de desconfiança. As duas últimas partidas do
Estadual, no entanto, parecem ter acabado com esta impressão.
Contra Iraty e Paranavaí, o meia marcou quatro gols. Não bastasse
isso, foram dele duas outras assistências que resultaram em dois gols do
zagueiro Émerson. Estatisticamente, Lincoln participou de seis dois últimos
oito tentos do time no Paranaense, o equivalente a 75%. Isso sem contar a
movimentação constante.
“Finalmente o time está
mostrando que adquiriu entrosamento e confiança. As jogadas estão fluindo
naturalmente. Ainda podemos melhorar. Mas dá para ver que a equipe está
evoluindo. A torcida também já está acreditando mais na nossa equipe”, afirma o
camisa 10. Lincoln herdou o número de Marcos Aurélio, mas não espera ser
considerado a estrela do time. “Não me enxergo como um destaque individual e
nem tenho essa pretensão. O Coritiba tem um time que preza pelo aspecto
coletivo e isso deve sobrepor-se a qualquer individualismo. Não tenho esse tipo
de vaidade.”
Mesmo com as boas atuações, no entanto, o jogador ainda não
conseguiu ver a equipe agradar ao torcedor plenamente. Nesse ponto, a
comparação com o ano passado, embora não seja um grande problema, na opinião do
atleta, interfere. Mesmo que a equipe tenha marcado quase o mesmo número de
gols que no ano passado (40 a 39), o desempenho não estaria sendo reconhecido,
pois o título do primeiro turno não veio.
“Acho que ainda não basta para os torcedores porque eles comparam
o que conseguimos esse ano com os resultados do ano passado. Não conquistamos o
primeiro turno, mesmo com uma ótima campanha, e isso pesou um pouco”, diz o
jogador para depois relativizar, mostrando até avanços da equipe atual. “Até
agora, marcamos praticamente o mesmo número de gols do time do ano passado e
tivemos um desempenho superior na defesa. Mas a torcida quer ver é o time
levantando troféus e está certa.”
Por Marcio Reinecken