Indefinição sobre a presença ou não da torcida visitante no
Atletiba de domingo, no Alto da Glória, atrapalha a organização do confronto
Federação Paranaense se exime de decidir se o Atletiba será de torcida única
Uma ou duas torcidas. Sem uma decisão sobre quem poderá ir ao Alto da Glória
para o Atletiba deste domingo, há pouco que se possa fazer para montar o
esquema de segurança e de organização do clássico. O problema é que ninguém
assume a responsabilidade de decretar se os rubro-negros terão direito a
acompanhar o jogo na casa do rival.
No primeiro turno, com mando atleticano, apenas os donos da casa
tiveram acesso ao estádio. A expectativa é que a medida fosse repetida nesta
segunda parte da competição.
Atlético
Artilharia democrática envolve 15 jogadores
Com as constantes mudanças promovidas pelo técnico Juan Carrasco,
o Atlético democratizou a sua artilharia: 15 jogadores foram responsáveis pelos
46 gols do clube no Estadual. O goleador da equipe é Bruno Mineiro, com oito
gols no primeiro turno, mas que ainda está zerado na segunda volta do
campeonato. O sucesso na pontaria não é garantia de titularidade. Na vitória
sobre o Arapongas, dos 15 atletas que já marcaram, 8 não começaram jogando. Os
escalados Manoel, Deivid e Ligüera ainda não balançaram as redes no returno. Já
Guerrón foi titular em quatro dos nove jogos desta fase e marcou cinco vezes –
a última delas no domingo. (AB)
Coritiba
Lateral direita é a dúvida para enfrentar o rival
O técnico Marcelo Oliveira terá de quebrar a cabeça para definir o
camisa 2 coxa-branca no Atletiba. Tudo depende da reavaliação médica hoje do
lateral-direito Jonas e do volante Gil, que já foi improvisado na posição. O
primeiro ficou de fora na última rodada por causa de dores no pé esquerdo e o
segundo foi substituído ao reclamar de uma lesão no quadril. O problema piorou
ontem com a confirmação da ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho
direito de Jackson. Ele deve ficar de seis a oito meses longe dos gramados. (RM)
Os clubes são os únicos que falam a mesma língua no atual cenário.
Ambos pretendem cumprir o acordo verbal que previa os dois Atletibas com
torcida única. No empate sem gols na Vila Capanema, 5,3 mil pagantes apoiaram o
Rubro-Negro. “O que está combinado não é caro. Não somos contra o torcedor
atleticano e sim a favor do que foi acordado pelos dois dirigentes [Mario Celso
Petreglia, presidente rubro-negro, e Vilson Ribeiro de Andrade, presidente alviverde]”,
diz o vice-presidente do Coxa, Ernesto Pedroso, sobre colocar apenas fãs
alviverdes no Alto da Glória neste domingo. “Caso exista uma final, a história
é outra”, adianta. Segundo a assessoria de imprensa, o Furacão também tem a
intenção de manter o trato fechado para o clássico no primeiro turno.
Caberia então à Federação Paranaense de Futebol (FPF),
organizadora do campeonato, dar o aval para o trato firmado em fevereiro. A
entidade, porém, se exime de responsabilidade no assunto. “Quem fez isso [torcida
única] foi o Ministério Público, a federação não foi nem convocada para a
reunião”, reclama o vice-presidente da FPF, Amilton Stival, tentando justificar
o silêncio da instituição.
Em fevereiro, no entanto, a promotoria do Ministério Público foi a
única parte a discordar da decisão de ter apenas uma torcida no estádio, por
considerar a medida uma transgressão ao Estatuto do Torcedor. Desta vez, só
pretende se manifestar após a reunião entre PM, clubes e torcidas organizadas.
Evento que também não está garantido, já que a polícia militar, que
tradicionalmente convoca o encontro, não confirma nem se ele será realizado.
Origem
A proposta de negar a entrada dos visitantes nos dois clássicos
foi apresentada por Atlético e Coritiba à PM. Com a justificativa de garantir a
segurança na cidade no duelo do primeiro turno, em plena Quarta-Feira de
Cinzas, a proposta acabou bancada pelas autoridades e vingou, homologada pela
federação.
Preparação
Duelo
decisivo não altera agenda pré-clássico
Até parece mais uma partida comum, ao menos na agenda pré-jogo. O
Atletiba de domingo pode decidir o Paranaense, mas tanto Atlético como Coritiba
retornam aos treinos hoje sem grandes mudanças na programação. Até o contato
com a imprensa, algo temido normalmente pelos clubes em semana de clássico, não
teve muitas alterações.
No caso atleticano, a única vez que os jogadores e o técnico Juan
Ramón Carrasco falarão aos microfones será na quinta-feira pela manhã. Um único
contato com os jornalistas em sete dias já tinha ocorrido quando o Furacão teve
uma semana cheia de treinamento há cerca de um mês. Em campo, Bruno Mineiro,
recuperado de um choque na partida contra o Cianorte há quatro rodadas, e Paulo
Baier, que tem sido poupado de alguns jogos, podem aparecer como novidades na
equipe titular.
Do lado coxa-branca, também na segunda semana só para treinos no
ano e sem precisar desviar atenção com os confrontos pela Copa do Brasil, os
jogadores vão falar à imprensa amanhã. Na sexta-feira, além dos atletas, será a
vez de o técnico Marcelo Oliveira argumentar o que pensa para o Atletiba.
Porém, manterá o hábito de fechar o treino, que não poderá ser registrado pelos
fotógrafos e cinegrafistas.
No aspecto motivacional, de acordo com a assessoria de imprensa
atleticana, não está programada nenhuma palestra específica. Já no Alviverde, o
consultor na área de mobilização de grupo Evandro Mota falará para os jogadores
hoje, após o treinamento. O foco será na importância da qualidade da preparação
para um confronto decisivo.
Por Adriana Brum e Robson
Martins