Plantio de áreas com soja transgênica atingiu 4,9 milhões
de hectares.
Em 2010/11 estado utilizou 3,7 milhões de hectares para os OGM.
Em 2010/11 estado utilizou 3,7 milhões de hectares para os OGM.
Cresceu a área destinada à soja transgênica em Mato
Grosso. Na safra 2011/12 foram ocupados com os Organismos Geneticamente
Modificados 70% dos 6,98 milhões de hectares reservados à cultura. Na prática,
foram semeados 4,9 milhões de hectares com os Organismos Geneticamente
Modificados, segundo identificou o Instituto Mato-grossense de Economia
Agropecuária (Imea). Em 2010/11, a transgenia estava presente em 57% das
lavouras, ou 3,7 milhões de hectares.
Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja e
Milho em Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Fávaro, a utilização da soja
transgênica pode aprimorar o desempenho da lavoura. “A biotecnologia vai trazer
avanço de produtividade, o que não vemos com tanta capacidade na convencional,
pois ela está chegando no limite”, declarou o representante, ao G1.
"A biotecnologia é fundamental e veio para ficar.
Certamente a expansão é natural. É isso que vai garantir o acesso ao
alimento", frisou ainda Carlos Fávaro. Atual campeão na produção de soja, Mato
Grosso é o estado que mais produz o grão. Somente para esta safra, os
agricultores devem ser responsáveis pela introdução de 22,1 milhões de
toneladas de soja no mercado, conforme a estimativa do Imea.
Em
Sorriso, a 420 quilômetros de Cuiabá, o produtor Laércio Pedro Lenz apostou na
utilização da soja modificada geneticamente. A área de aproximadamente 900
hectares é ocupada com os chamados OGMs. Para ele, a soja transgênica permite o
melhor manejo. "Com a transgênica o manejo é mais fácil, como o controle
da erva daninha. É a variedade com resistência ao glifosato", pontuou o
agricultor, que também preside o Sindicato Rural da cidade.
De acordo
com Lenz, estima-se que 70% das áreas destinadas à soja em Sorriso sejam
ocupadas também pela soja transgênica. Mas apesar do crescimento da área de
soja em Mato Grosso, o setor produtivo fala em manter também a área
convencional, conforme explica o presidente da Aprosoja, Carlos Fávaro.
"É
claro que Mato Grosso tem que usar uma única oportunidade. De manter parte de
sua produção convencional para atender nichos de mercado. Paraná e Rio Grande
do Sul são 100% transgênicos. Nossos dois maiores competidores mundiais, a
Argentina e Estados Unidos, também. Se tivermos de 20% a 30% com convencional,
certamente vamos atender um nicho na Europa. Mas o mercado vai precisar
remunerar muito bem esses produtores", frisou Fávaro.
Em nível
Brasil
O crescimento da transgenia em Mato Grosso também acompanhou o cenário brasileiro. No ano passado, a área com os OGMs no país evoluiu em 20%, ou 4,9 milhões de hectares a mais. Em todo país, foram plantados 30,3 milhões de hectares.
O crescimento da transgenia em Mato Grosso também acompanhou o cenário brasileiro. No ano passado, a área com os OGMs no país evoluiu em 20%, ou 4,9 milhões de hectares a mais. Em todo país, foram plantados 30,3 milhões de hectares.
A soja
transgênica ocupou 20,6 milhões de hectares, seguida pelo milho com 9,1 milhões
de hectares e o algodão, 600 mil hectares, segundo o Serviço Internacional para
a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA).
Para o
diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não
Geneticamente Modificados (Abrange), Ricardo Sousa, dois fatores podem ter
contribuído para o avanço das culturas transgênicas, a exemplo da soja: a falta
de sementes convencionais e a busca do produtor pelo aperfeiçoamento.
Mas
conforme o dirigente, optar por culturas convencionais é obter vantagens, como
o não pagamento de royalties pelo uso das sementes. "Não somos contra
nenhuma tecnologia. Mas os produtores [convencionais] enxergam nos não
transgênicos uma possibilidade de acesso ao mercado, competitividade em relação
aos vizinhos Estados Unidos e Argentina, que também têm soja", frisou
Sousa.
Para a
coordenadora adjunta do Instituto Centro de Vida em Mato Grosso (ICV), Karin
Kaechele, é preciso ver a evolução da área transgênica com ressalvas. "É
mais pelo lado social, uma escassez de sementes não transgênicas. O risco de
não se ter a opção não transgênica. Sabemos também dos problemas de ficar
dependendo de uma companhia. Mato Grosso poderia se destacar por uma produção
de soja não transgênica", manifestou.
Por Leandro J. Nascimento | G1 de MT
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