Clube perde 9% dos sócios em pouco mais de dois meses

Atlético tenta diminuir saída de sócios mesmo longe da Arena
Nem Germano Krüger, nem Ecoestádio, nem Vila Capanema... Órfão de
estádio desde que deixou a Arena pela última vez, no dia 4 de dezembro de 2011,
o torcedor atleticano ainda não encontrou um lugar para chamar de seu. E, como
forma de protesto, começa a se desassociar do clube.
O quadro de sócios do Furacão, que nos bons tempos passou com folga da
casa dos 20 mil fãs, sofreu uma baixa de 9% em pouco mais de dois meses. Em
números absolutos, o caiu da faixa dos 19 mil sócios, no fim do ano passado,
para pouco menos de 17 mil – número atualizado no início deste mês.
Apesar da retração, a porcentagem de desfiliados ainda é considerada
baixa pela diretoria rubro-negra. “Considero [os 9%] como traço”, minimiza
Mauro Holzmann, diretor de marketing do clube. “Levando em consideração não ter
estádio, [a queda] é muito pequena. Isso mostra que o sócio entendeu o momento
e vai continuar apoiando o time”, acrescenta.
Por via das dúvidas, o Atlético lançou mão de uma espécie de tática de
guerrilha para evitar novas baixas – e o consequente reflexo negativo nas
finanças. Há quatro semanas foi lançada a campanha publicitária “Eu te sigo em
toda parte”, que consiste em apelar para a eterna paixão – e consciência – do
torcedor.
A operação ganhou ainda mais força nos últimos dias, com uma varredura
atrás de sócios inadimplentes. O clube tem feito contatos telefônicos e, em
alguns casos, até visitas para que os atleticanos retornem. Tem surtido efeito.
A diretoria aponta para um acréscimo superior a 300 associados no último mês.
Há, também, outro problema relacionado à falta de um lar. Mesmo quem segue
ligado ao Furacão não tem comparecido aos jogos do time. Apenas 9.110
torcedores acompanharam os dois jogos do Rubro-Negro na Vila Capanema,
incluindo nesta conta o clássico Atletiba. Se comparado com a média de público
do Paranaense 2012, de 9.618 pagantes por jogo, houve um decréscimo de 111%.
“É como se o torcedor estivesse dando um tempo na relação, mas continua
apaixonado”, compara Holzmann. “Ele [torcedor] não gosta de outro estádio, tem
o desconforto. Na hora do jogo mais importante, vai haver um público maior”,
espera o dirigente.
Por Gustavo
Ribeiro
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