Cigarros com aditivos como mentol e cravo terão de sair
do mercado.
Agência manteve liberação do açúcar, usado na produção do tabaco.
Agência manteve liberação do açúcar, usado na produção do tabaco.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
decidiu nesta terça-feira (13), por unanimidade, pela proibição do uso de
aditivos de sabor como o mentol e o cravo nos cigarros comercializados no
Brasil. A adição de açúcar continua permitida, conforme queriam os produtores.
A medida também impede a importação de produtos do tipo, mas não afeta a
produção nacional destinada para exportação.
Os fabricantes terão até 18 meses a partir da publicação
da norma para retirar do mercado nacional todos os cigarros com sabor. No caso
de outros derivados de tabaco, como fumos para cachimbos, serão 24 meses.
Os
representantes da indústria de tabaco se colocaram a favor da proibição dos
aditivos com sabor de frutas ou adocicados com sabores diferentes do tabaco,
tais como chocolate, morango e cereja. Porém, para os produtores, o mentol e o
cravo deveriam ser mantidos, por que, segundo eles, não há comprovação
científica de que essas substâncias tornem o cigarro mais palatável ou mais
nocivo.
Ao todo, a norma
enumera oito aditivos, como, por exemplo, os conservantes, que continuam
permitidos porque não alteram o sabor do cigarro. Caso, no futuro, a Anvisa se
convença de que há outras substâncias que também não influem no aroma da
fumaça, a lista pode crescer.
Açúcar
Apesar da proibição da maioria dos aditivos, o açúcar foi mantido na lista de produtos permitidos para repor o que a planta possui naturalmente e perde durante a preparação do tabaco.
Apesar da proibição da maioria dos aditivos, o açúcar foi mantido na lista de produtos permitidos para repor o que a planta possui naturalmente e perde durante a preparação do tabaco.
Queríamos
demonstrar que nosso processo regulação não tem como alvo os
agricultores."
Agenor Álvares,
diretor da Anvisa
Os diretores da
Anvisa justificaram a decisão e responderam às críticas de que o órgão teria
recuado em relação à proibição da inclusão de açúcar nos cirgarros.
"Também
queríamos demonstrar que nosso processo regulação não tem como alvo os
agricultores. Pode ser que no futuro a Anvisa caminhe para uma resolução mais
forte e que venha a banir a questão do açúcar no cigarro", disse Agenor
Álvares, um dos diretores.
A técnica usada
para produção de cigarros no Brasil, chamada "American blend"
("mistura americana", em inglês), envolve uma combinação de folhas de
tabaco que tem um sabor muito ruim e é impossível de ser usada em cigarros sem
o auxílio do açúcar, segundo Iro Schünke, presidente do Sindicato Interestadual
da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), uma das entidades que representa os
produtores.
“Sem o açúcar,
esse tabaco não tem condições de ser usado”, apontou Schünke em entrevista dada
ao G1 antes da reunião. “Não estamos falando de sabores atrativos. Aqui
é sabor de tabaco”, esclareceu.
A Associação
Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo) afirmou ser contra a proibição de
substâncias que, segundo a entidade, não aumentam os riscos e não tem relação
direta com o sabor característico, tais como conservantes, umectantes e açúcar.
“Seguir nesta
linha, além de configurar desvios da proposta, resultaria na inviabilização da
fabricação dos cigarros do tipo ‘American blend’”, afirmou o representante da
entidade, Carlos Fernando Costa, presente à reunião.
Por Débora Santos Do G1, em Brasília
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