PSDB e DEM lançam candidatos para substituir
João Cláudio Derosso no comando da Câmara de Curitiba. Concorrentes tentam
descolar da imagem do ex-presidente
João do Suco (PSDB, em pé) e Sabino Picolo (DEM, à dir.):
principais concorrentes na briga pelo comando da Câmara Municipal
A disputa pela presidência da Câmara de Curitiba já começou a causar
divergências na base de apoio ao prefeito. Com 13 dos 38 vereadores, o PSDB
deve lançar João do Suco, líder do prefeito, como candidato. Porém, embora haja
o interesse de conciliar interesses de outros partidos ligados à situação, o
atual presidente interino da Casa, Sabino Picolo (DEM), também deve concorrer,
dividindo a base de apoio. Os dois candidatos tentam descolar suas imagens da
de João Cláudio Derosso (PSDB), que renunciou anteontem após comandar a Casa
por 15 anos. A eleição para substituí-lo será na próxima segunda-feira.
“Não abro mão de um presidente tucano. Hoje
estamos sem nenhum cargo na mesa”, afirma o líder do PSDB na Casa, Emerson
Prado. “O João do Suco não pode ser associado ao ex-presidente. O Sabino é o
candidato do Derosso”, completa Prado.
Sete vereadores
Oposição estuda estratégias para conseguir cargo
Com apenas 7 das 38 cadeiras da Câmara de
Curitiba, a bancada de oposição – formada pelo PT, PMDB e PV – faz as contas para
tornar a candidatura de Paulo Salamuni (PV) viável. O vereador aposta no apoio
de partidos que se posicionaram contrários a Derosso para aumentar a
representatividade, caso do PDT e PPS. “A mudança verdadeira implica em troca
de poder. Não se pode mudar apenas o nome do presidente. ”, afirma. Na
tentativa de convencer os colegas, Salamuni até lançou um blog para divulgar
sua campanha.
A oposição também estuda apoiar a candidatura
do vereador Caíque Ferrante (PRP), vereador que tem posicionamentos contrários
à base em alguns casos. “Ele [Ferrante] pediu apoio individualmente [para sua
candidatura], mas a bancada sempre vota em conjunto”, revela Pedro Paulo (PT).
A possível aliança com a oposição é colocada
por Ferrante como um ponto favorável para a viabilidade de sua candidatura.
Nesse sentido, ele também destaca o apoio do PPS. “É preciso o diálogo para
demover outro possível candidato [Salamuni]. Sem a oposição, a candidatura fica
difícil, pois eles contam com sete votos”, afirma.
Picolo, por outro lado, considera normal que
sua imagem tente ser “colada” à do ex-presidente pelos seus adversários de
disputa. “A situação sempre conseguiu se unir a ponto de não ter oposição nas
últimas eleições. Agora, todos querem seu espaço. Acho natural que o Democratas
tenha candidato”, afirma.
Apesar das articulações já estarem em
andamento, o panorama ainda pode ser alterado. Vereadores do PSDB vão se
encontrar hoje para determinar quem será o candidato e a sua estratégia. “Pode
até ser que saia outro candidato, mas nosso objetivo é construir a maioria de
uma forma tranquila”, explica Prado. Outros partidos da base devem se encontrar
até sexta-feira para afinar o discurso.
Além de lidar com a base, o PSDB ainda terá
que convencer alguns vereadores do próprio partido a mudar de posicionamento. O
tucano Paulo Frote, por exemplo, defende que o partido não lance candidato à
presidência.
Já Professor Galdino (PSDB) continua a se
apresentar como um possível sucessor de Derosso. Embora não conte com o apoio
de outros membros do partido, ele promete não mudar de ideia. “Vou resistir até
o último momento.”
Independentes
Mesmo sem contar com o aval de outros
parlamentares, os vereadores Juliano Borghetti (PP) e Dirceu Moreira (PSL) –
que se intitulam independentes – também mantêm suas candidaturas. “Estou
conversando individualmente com os parlamentares e vou buscar apoio dos
partidos independentes”, afirma Moreira. Borghetti é mais incisivo: “A Câmara
não pode permitir que o prefeito escolha o novo presidente”.
Por Vínicius Boreki

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