Barack Obama quer tributar em 30% as grandes fortunas
(Kevin Lamarque/Reuters)
DAVOS, Suíça, 25 Jan (Reuters) - Os ricos e poderosos
mostraram-se divididos nesta quarta-feira com relação à ameaça do
presidente dos EUA, Barack Obama, de elevar os impostos dos milionários.
Alguns disseram que a medida poderá afetar o crescimento, enquanto
outros argumentaram que Obama estava certo em lidar com os
desequilíbrios do capitalismo.
O discurso do Estado da União de Obama, na noite de terça-feira,
buscou canalizar a raiva da classe média sobre a desigualdade e pediu
por um imposto mínimo de 30 por cento aos milionários, o que poderá
transformar a riqueza do rival republicano Mitt Romney em uma questão
central para a eleição.
O discurso foi feito na véspera da abertura do Fórum Econômico
Mundial no resort suíço de Davos, onde muitos dos titãs mundiais da
indústria e da política se mostraram pensativos, concentrando-se na
necessidade de o capitalismo ser mais justo para sobreviver.
"Sou um dos bilionários que acreditam que os ricos precisam pagar
mais impostos e eu apoio o programa de Obama nesse ponto", disse o
investidor George Soros em Davos.
"Sou minoria na comunidade dos fundos de investimento, porque eles não gostam de ser taxados."
Outro frequentador de Davos, no entanto, não gostou de estar na mira do presidente.
"Não acho que nenhuma eleição presidencial na história da América
tenha sido vencida com base na política da inveja e acho que isso
divide o país mais do que o une", disse John Studzinski, diretor sênior
da empresa de consultoria e investimento Blackstone Group.
O diretor executivo da Unilever, Paul Polman, afirmou que Obama
tem o direito de tratar da questão da desigualdade: "Como empresa de
bens de consumo, vendemos para todos e é importante que todos se
beneficiem desse crescimento, e é por isso que esperamos", disse.
Ele não gostou, entretanto, da especificação dos ricos: "Isso não
vai de encontro a uma solução. Esse é um discurso eleitoral. Precisamos
ficar acima disso."
Mark Penn, executivo-chefe da empresa de relações públicas
Burson-Marsteller, disse que o discurso deve ajudar Obama, enquanto as
brigas internas entre os republicanos indicavam que não havia com quem
brigar.
Por Ben Hirschler e Emma Thomasson
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