O Artista, do francês Michel Hazanavicius, foi indicado às principais categorias e seu maior oponente é um filme de Martin Scorsese ambientado em Paris
A Invenção de Hugo Cabret, de Martin Scorsese, é o campeão em número de indicações,
muitas delas técnicas
Dia de glória para a França – O Artista, de Michel Hazanavicius, confirmou seu favoritismo e foi indicado para concorrer ao Oscar nas categorias principais: melhor filme, diretor, ator (Jean Dujardin), atriz coadjuvante (Bérénice Bejo) e roteiro. Outros favoritos a melhor filme também emplacaram a candidatura – Os Descendentes, de Alexander Payne; Cavalo de Guerra, de Steven Spielberg; e Histórias Cruzadas, de Tate Taylor. Mas foi A Invenção de Hugo Cabret, de Martin Scorsese, que abocanhou o maior número de categorias: compete a 11 troféus. Mais um motivo de celebração para os franceses, uma vez que a história, filmada em 3D pelo cineasta norte-americano, transcorre na Paris dos anos 1930.
George Clooney, por Os Descendentes, está entre os indicados para a estatueta de melhor ator e só louco para duvidar que Meryl Streep, recordista de indicações na história do prêmio – mais que as lendárias Katharine Hepburn e Bette Davis –, não ficaria entre as finalistas por sua interpretação como Margaret Thatcher, em A Dama de Ferro.
Houve um perdedor antecipado. Steven Spielberg foi defenestrado na categoria de melhor diretor (por Cavalo de Guerra) e As Aventuras de Tintim nem sequer ficou entre os indicados para melhor animação, categoria que venceu no Globo de Ouro. Ainda é cedo para antecipar quem – ou quais filmes –, nas listas de apostas, chegarão no dia 26 de fevereiro ao pódio, vencendo os prêmios da 84.ª cerimônia da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, mas algumas constatações já podem ser feitas.
Hollywood, em 2012, está privilegiando as tramas humanas e os relacionamentos – com filmes como Os Descendentes e Histórias Cruzadas. A própria celebração do cinema, em O Artista e A Invenção de Hugo Cabret – o primeiro com 10 indicações e o segundo, com 11 –, pôs a França no pódio. O Artista é produção francesa sobre um astro do cinema mudo que aprende que a vida é mais importante que os filmes. Hugo é sobre a revalorização de George Méliès, um pioneiro do cinema francês (e mundial).
É possível que Hollywood, selecionando filmes tão irmãos – e, ao mesmo tempo tão diferentes – esteja querendo se despedir do cinema tradicional, que a revista francesa Cahiers du Cinéma já decretou que está morto, dedicando uma de suas capas recentes à consolidação do digital. O que o Oscar de 2012, para os melhores de 2011, está sinalizando, de forma inequívoca, é para a consolidação do cinema de autor, uma espécie de terceira via norte-americana. A Árvore da Vida e Terrence Malick concorrem a melhor filme e diretor e, não por acaso, Woody Allen e o iraniano Asghar Farhadi também estão indicados para concorrer aos prêmios de roteiro, por Meia-noite em Paris e A Separação (e o primeiro também concorre a melhor diretor). Prepare-se, porque agora começa a enxurrada de lançamentos. Até fevereiro, a maioria, se não todos esses filmes, estarão em cartaz, para se beneficiar da mídia.
Agência Estado
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