Foto: Gazeta Press
Não faltam motivos para o torcedor carioca vibrar com o início do Campeonato Estadual, o pontapé inicial na temporada 2012. Há três anos, os times do Rio tem se mantido na crista da onda com os títulos brasileiros de Flamengo (2009) e Fluminense (2010) e com a conquista da Copa do Brasil pelo Vasco (em 2011). Como os quatro grandes seguiram com boa parte de seus elencos e ainda contrataram reforços pontuais de qualidade, é impossível apontar um favorito ao título. Por isso, olho na telinha, ouvido colado no radinho e gogó caprichado na arquibancada porque tudo leva a crer que a competição deste ano promete ser a mais equilibrada dos últimos anos.
Um fator que pode influenciar a campanha do quarteto de grandes é o fato de Vasco, Flamengo e Fluminense disputarem a Copa Libertadores paralelamente ao Campeonato Estadual. Como os três devem poupar seus titulares em alguns jogos do Carioca, o Botafogo pode ter alguma vantagem pelo foco exclusivo na competição local.
A primeira surpresa no clube alvinegro já veio logo no dia da apresentação. A torcida, que andava injuriada, demonstrou disposição de virar a página e esquecer a queda de rendimento na reta final do Brasileiro de 2011. Os botafoguenses compareceram em bom número a General Severiano para aplaudir, pedir autógrafos e dar um voto de confiança ao time. A principal esperança de um bom papel na temporada está no banco de reservas. O clube repatriou o técnico Oswaldo de Oliveira, que estava no futebol japonês desde 2007, e conhece muito bem o futebol carioca. Já treinou Vasco, Flamengo e Fluminense e começou sua trajetória no futebol justamente no Botafogo. Se Caio Júnior pagou o pato por não ter levado o clube à Libertadores, o elenco teve poucas mudanças. Saíram os laterais Alessandro e Cortês e o meia Éverton. Reforços foram apenas três: o zagueiro Brinner (ex-Paraná), o meio-campo Andrezinho (ex-Inter) e a volta do problemático atacante Jóbson, dispensado do Bahia e que só terá condições de atuar em março, quando termina a suspensão imposta pelo Tribunal Arbitral do Esporte.
Para o Vasco, o Estadual deste ano certamente será melhor do que o do ano que passou. Em 2011, o time teve um início lastimável. Foram quatro derrotas (para Resende, Nova Iguaçu, Boavista e Flamengo) e um empate (com o Volta Redonda) nos cinco primeiros jogos da Taça Guanabara e uma inimaginável ameaça de rebaixamento. Para 2012, o time é praticamente o mesmo que deu a volta por cima com a chegada de Ricardo Gomes e conquistou o inédito título da Copa do Brasil e o vice-campeonato brasileiro. As caras novas são o zagueiro Rodolfo, ex-Fluminense e Grêmio, e o lateral-esquerdo Thiago Feltri, formado pelo Atlético-MG e que disputou o Brasileirão pelo Atlético-GO.
Se o Vasco teve um péssimo início de temporada, o torcedor do arquirrival Flamengo espera que o Bonde do Mengão continue sem freio como fez no belo começo de 2011. O time conquistou o 32º título carioca vencendo os dois turnos do Estadual e ainda estabeleceu uma invencibilidade de 26 partidas no ano. Para faturar o bicampeonato e manter a hegemonia conquistada na última década venceu cinco de dez campeonatos, a aposta continua sendo em Ronaldinho Gaúcho. A esperança toda vez que o R10 tocar na bola é que ele reproduza algum momento brilhante dos tempos de Barcelona. As caras novas na Gávea se resumem ao lateral-esquerdo Magal (ex-Americana) e ao atacante Itamar (ex-Tigres-MEX, com passagens por Palmeiras e São Paulo).
Dos quatro grandes, o Fluminense foi o que mais investiu. Um dos reforços nem vai entrar em campo. Trata-se do diretor-executivo Rodrigo Caetano, figura importante no reerguimento do Vasco desde a queda para a Segundona. Nas quatro linhas, a chegada dos laterais Bruno e Thiago Carleto, do zagueiro Anderson e dos meio-campistas Jean e Thiago Neves vai dar mais qualidade ao elenco. E, por mais que o time priorize a Libertadores e use seus reservas no Estadual foi o único grande a anunciar abertamente que fará isso já na estreia contra o Friburguense, é bom não descartar o Tricolor da briga.
A fórmula do campeonato é a mesma dos últimos anos e que já está na cabeça do torcedor. Dezesseis clubes divididos em dois grupos de oito jogarão dois turnos. No primeiro, a Taça Guanabara, os jogos acontecem dentro dos grupos (A e B), classificando-se os dois primeiros colocados de cada chave para as semifinais. Nesta fase, os quatro times se enfrentam, em jogo único, em “cruzamento olímpico” (1º do grupo A x 2º do grupo B e 1º do grupo B x 2º do grupo A). Os vencedores fazem a final do turno também em um jogo. Em caso de empate, pênaltis.
Já na Taça Rio, equivalente ao segundo turno, os grupos A e B se enfrentam. As fases semifinais e finais repetem a fórmula do primeiro turno. Os campeões da Taça Guanabara e da Taça Rio disputam a final do campeonato em duas partidas. Se o mesmo time ganhar os dois turnos, como aconteceu com o Flamengo em 2011, é declarado campeão diretamente, sem necessidade de final. As duas equipes que, ao final dos dois turnos, tiverem obtido o menor número de pontos ganhos serão rebaixadas para a Segunda Divisão.
Com relação aos pequenos, é difícil apostar num azarão. A maioria começou a pré-temporada para o campeonato entre novembro e dezembro na tentativa de somar pontos preciosos já nas primeiras rodadas. O Boavista, de Saquarema, na região dos Lagos, o melhor pequeno em 2011, recorreu a atletas com alta rodagem como os zagueiros Luiz Alberto, ex-Flamengo e Fluminense, e Fábio Braz, ex-Vasco. No ataque, conta com Somália, que disputou o Brasileirão pelo Figueirense.
Vale ficar de olho também no Olaria, com o veterano Pedrinho, ex-Vasco e que havia se aposentado, e no Nova Iguaçu, que tem o tetracampeão Zinho como diretor-técnico.
Fonte: Placar Abril
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