Foto Gazeta press
Quem entende o Paulistão? No ano passado, com Corinthians e Santos na Libertadores, parecia que o ano seria de Palmeiras e São Paulo, os grandes com objetivos menores no ano – leia-se a Copa do Brasil. Mas deu exatamente o contrário.
Fora do torneio continental desde a primeira fase eliminatória, o Corinthians pôde aproveitar o Paulistão para ajustar o time e chegar à decisão. O Santos, embora bem na Libertadores, não deixou a competição de lado. Chegou como o melhor time na final e levou o 19º caneco.
Verdão e Tricolor decepcionaram. Melhor na fase de grupos, o São Paulo sucumbiu ao Santos em pleno Morumbi. O Palmeiras parou nos pênaltis diante do maior rival, o Corinthians.
Para 2012, a configuração não mudou. Corinthians e Santos começam o ano dividindo o tempo entre o Paulistão e a Libertadores. Palmeiras e São Paulo miram Copa do Brasil e Estadual, com menos datas que os dois rivais. Todos têm um objetivo parecido: usar o Paulista como laboratório para o restante da temporada.
O São Paulo é, por enquanto, quem mais trouxe reforços – a maior parte com status de titular. Cortês vem para ser o titular da lateral-esquerda no lugar de Juan. No ano passado, ele foi a revelação da posição, jogando pelo Botafogo. Fabrício deve ocupar uma das vagas de volante, assim como Paulo Miranda na zaga. Destaques no Figueirense em 2011, o zagueiro Edson Silva e o meia Maicon devem disputar posição.
Do outro lado do muro da Barra Funda, o Palmeiras continua juntando os cacos da desastrosa crise do ano passado, que afastou Kleber e mesmo jogadores que poderiam reforçar a equipe. A instabilidade política impede que bons nomes sejam anunciados. Ainda assim, o clube trouxe Juninho, lateral-esquerdo Bola de Prata de PLACAR em 2011, o zagueiro argentino Adalberto Román (ex-River Plate) e a eterna promessa Daniel Carvalho. Aos 27 anos, o meia ainda tenta provar que pode, sim, ser imprescindível para um bom time de futebol. No Galo, conseguiu ser o jogador com a melhor média da Bola de Prata no Brasileirão. Mas a gafe da apresentação, quando, com uns quilos a mais, não conseguiu vestir o uniforme do Palmeiras, fará com que tente provar estar em forma a todo momento.
Nos clubes que dividirão a atenção do Paulista com a Libertadores, a ordem é usar o torneio regional como laboratório. O Santos chega cansado pela disputa do Mundial de Clubes, disputado quando quase todos os times já estava de férias. A derrota para o Barcelona trouxe o Peixe de volta à Terra. Ainda que tente repetir o feito de 2011, quando voltou a ser campeão continental depois de 48 anos, o alvinegro tem uma marca particular a ser batida. Se vencer o campeonato, alcança um feito que não é obtido desde Pelé. Foi o Peixe, em 1969, o último tricampeão legítimo do Paulistão – havia vencido também em 1967 e 1968. Mais: a conquista faria o clube igualar o Corinthians em número de tricampeonatos. Só o Timão tem três.
Além de impedir que o rival alcance o seu feito, o Corinthians usará o campeonato para testar suas novas contratações. Chegaram caras novas, mas nenhuma que seja páreo para os 12 homens que encerraram o Brasileirão como titulares do time campeão. São três atacantes (Gilsinho, Elton e Bill, que ainda não sabe se continuará no clube), um zagueiro (o novato Felipe, ex-Bragantino), um meia (Vitor Júnior, ex-Atlético-GO) e um volante (Willian Arão, com passagem pela base do São Paulo). O Paulistão também pode ser o campeonato para Adriano recuperar a forma sem comprometer o desempenho do clube na Libertadores.
Santos e Corinthians têm a seu favor a fórmula do Paulistão, que combina pontos corridos e mata-mata. Assim, dá para jogar para o gasto na fase de classificação e cavar um lugar entre os oito melhores que farão a quarta de final – em jogo único, como a semifinal. O desafio para os outros competidores é o de não deixar a competição ficar tão modorrenta como a de 2011, quando os grandes, com três rodadas de antecipação, já haviam garantido classificação.
Por ora, a impressão é a de que os grandes terão mais concorrência. A Portuguesa vem de uma campanha arrasadora na série B e aposta em um título que nunca conquistou sozinha – dos três que guarda na estante, dois são de uma liga paralela e outro foi dividido depois de um erro na contagem de pênaltis cometido pelo juiz Armando Marques contra o Santos.
O técnico Jorginho continuou, e as principais peças também. Mesmo quem foi embora, como o meia Marco Antonio, hoje no Grêmio, ganhou reposição à altura. E nem foi preciso sair às compras, pois Ivo já estava no grupo campeão da Segundona nacional. O treinador, porém, pediu cinco novos jogadores para ter condições de brigar com a elite. Nenhum deles chegou.
Outra promovida para a série A brasileira em 2011, a Ponte terá seus dois campeonatos particulares. O primeiro é o que todo mundo vai disputar; o outro é o dérbi contra o Guarani. O rival volta à primeira divisão depois de duas temporadas no inferno da A2.
O clássico campineiro não será o único a movimentar o interior. Ribeirão Preto, depois de 26 anos, voltará a abrigar o tradicional Come-Fogo, o duelo entre o Comercial e o Botafogo. A rivalidade continuou viva por conta das partidas nas divisões inferiores e na Copa Paulista.
O campeonato não terá duas forças recentes. Barueri, vice-campeão do Interior em 2009, e Santo André, vice paulista em 2010, caíram no ano passado. Em compensação, terá a volta do simpático XV de Piracicaba, dono das melhores médias de público do interior.
Ainda haverá aquele tradicional desfile de veteranos. Romerito, aquele mesmo com passagens por times goianos e Corinthians, jogará pelo Comercial. Fumagalli vestirá a camisa do Guarani. Ademir Sopa e Lenílson, ex-São Paulo, estarão no Linense. E o pequeno Anailson vestirá o uniforme branco e preto do XV.
Fonte Placar Abril
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