Fórum pede que agências humanitárias tenham livre acesso
no país.
Repressão a protestos contra regime matou 7.500 desde março de 2011.
Repressão a protestos contra regime matou 7.500 desde março de 2011.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU condenou a Síria
nesta quinta-feira (1º) por violações generalizadas e "cada vez mais
graves" que podem equivaler a crimes contra a humanidade e pediu o fim dos
ataques contra civis.
Num debate de urgência, o fórum de 47 membros aprovou a
condenação, que não tem efeitos práticos, com 37 votos a favor, três contra
(China e Rússia, aliadas da Síria,
além de Cuba) e três abstenções (Equador, Índia e Filipinas).
A resolução aprovada foi apresentada pelos países do
Golfo Pérsico, com apoio das potências ocidentais.
Quatro delegações não participaram da votação.
A representante dos Estados Unidos, Eileen Chamberlain
Donaho, disse que os países que votaram contra a resolução estão "na
contramão da história".
O texto também pede que o regime do contestado presidente
Bashar al Assad dê autorização de "acesso sem obstáculos" para as
agências humanitarias atuarem na região.
Rússia e China, que vetaram por duas vezes resoluções do
Conselho de Segurança da ONU, são aliadas do regime de Assad.

Manifestante protestam contra o governo de Assad
nesta
quinta-feira (1º) em Idlib (Foto: AP)
A repressão aos protestos contra Assad já matou mais de
7.500 no país desde março de 2011, segundo a ONU.
'Violações sistemáticas'
O texto condena "as violações disseminadas e sistemáticas dos direitos humanos e liberdades fundamentais por parte das autoridades sírias", incluindo bombardeios que mataram "milhares de inocentes civis" nos últimos meses, além de execuções, assassinatos e perseguições de manifestantes, detenções arbitrárias e imposição de entraves ao atendimento médico.
Ele cita também as mortes de jornalistas estrangeiros na
Síria, e manifesta preocupação com a deterioração da situação humanitária,
fazendo um apelo para que as populações sitiadas tenham acesso a alimentos,
medicamentos e combustíveis.
Ele salienta também a importância de responsabilizar os
culpados pelos crimes, "inclusive aquelas violações que possam equivaler a
crimes contra a humanidade".
A delegação síria boicotou o debate no Conselho de
Direitos Humanos. Seu embaixador junto à ONU já havia saído intempestivamente
do recinto na terça-feira.
É a quarta vez desde abril que o conselho, que tem
autoridade moral, mas nenhuma força legal, condena a Síria.
Em discurso após a votação, o diplomata russo Vladimir
Zheglov disse que a resolução é "mais um exemplo de abordagens políticas
tendenciosas para a situação da Síria sendo impostas por alguns países".
No mesmo dia da votação, as forças do governo sírio
voltaram a bombardear um reduto oposicionista em Homs, no que parece ser a
ofensiva final após mais de três semanas de cercos e ataques, segundo
ativistas. Os rebeldes deixaram o local, no que chamaram de "retirada
estratégica".
A resolução teve como base um relatório, coordenado pelo
brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, que apontou abusos na Síria e os atribuiu aos
"mais altos escalões" do regime do presidente Bashar al-Assad.
G1
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