Evento espera público de 180 mil pessoas em 13 dias.
'Inovar, acredito, é repetir o evento', diz idealizador e organizador do festival.
'Inovar, acredito, é repetir o evento', diz idealizador e organizador do festival.

O Casamento, peça em comemoração ao centenário
de Nelson Rodrigues,
reestreia no Festival de Teatro de Curitiba
(Foto:
Divulgação/ Festival de Teatro de Curitiba)
Nesta terça-feira (27), o Festival de Teatro de Curitiba abre as
cortinas novamente. Durante 13 dias, o evento que este ano chega a 21ª edição
promete movimentar a capital. Até oito de abril 2,5 mil artistas vão participar
de espetáculos de teatro, dança e música. São atrações para todos os bolsos,
gostos e em horários variados, garante Leandro Knopfholz, um dos organizadores
do festival.
Em entrevista ao G1, Knopfholz conta que se envolveu diretamente
na criação do evento, ainda em 1991. A estreia do Festival de Teatro foi em
1992. “Havia salas [de teatro] na cidade, mas não havia conteúdo. Então
celebrando o aniversário da cidade, que estava chegando aos 300 anos [completos
em 1993], um marco, começamos a trazer para a cidade peças que antes não
chegavam”.
Formado em administração e com mestrado em Cultura e Entretenimento, em
Londres, o organizador comenta que a criação do festival foi uma atitude
ousada. Inicialmente pensado em uma conversa entre amigos, quando Knopfholz
tinha 18 anos, ele não imaginava as proporções que o evento alcançaria 21 anos
depois.
“O festival hoje é uma referência de evento cultural, 21 edições
ininterruptas, é raro isso no Brasil. O festival foi criando corpo, aumentado a
oferta de acordo com a crescente demanda do público curitibano. Acho que
envolveu a cidade, o público e hoje é uma grande celebração de Curitiba”,
explica o idealizador. O Festival de Teatro de Curitiba é programado todos os
anos para os dias próximos ao aniversário da capital paranaense, no dia 29 de
março.
Consolidado no circuito cultural do país, mais de três mil espetáculos
já passaram pelos palcos do festival e foram vistos por um público estimado em
1,8 milhão de pessoas, até 2011. “A criatividade é hoje um ativo em todas as
sociedades e Curitiba com o festival se torna um pólo de atração e projeção de
criatividade. Não só na área teatral, como na área da música, na área das artes
visuais. Acho que eventos como este são marcos importantes pra firmar e
evidenciar a identidade criativa da cidade”, afirma Knopfholz.

'É raro um evento cultural ter essa longevidade, sem
perder as características', diz Leandro Knopfholz,
idealizador e organizador do Festival de Teatro
de Curitiba (Foto: Divulgação/Festival de Teatro de
Curitiba)
perder as características', diz Leandro Knopfholz,
idealizador e organizador do Festival de Teatro
de Curitiba (Foto: Divulgação/Festival de Teatro de
Curitiba)
Ainda de acordo com Leandro, Curitiba é a terceira cidade que mais
produz espetáculos novos por ano no Brasil, ficando atrás apenas do Rio
de Janeiro e São Paulo. “Acredito que isso é reflexo do festival. É raro um
evento cultural ter essa longevidade, sempre com essa frequência, sem perder as
características. Inovar, acredito, é repetir o evento”, acrescenta.
Apesar de se repetir, o festival também tem apostado, ao longo dos anos,
em agregar atrações, como o Risorama, Gastronomix e Guritiba, e assim foi
aumentando o 'guarda-chuva' para além do teatro, e dando estrutura à variedade
do Festival de Curitiba.
Na edição de 2012, a novidade que o festival traz é a Mostra Adulta, que
tem peças eróticas. Para Leandro, a inclusão da Mostra Adulta serve para
contrapor o espaço da Mostra Infantil e segmentar o público.
A expectativa é de que 180 mil pessoas assistam os espetáculos do
festival deste ano. Ao todo, são quase 400 peças no catálogo de ofertas, que
inclui 'Gargólios', dirigida por Gerald Thomas, 'O libertino', de Jô Soares, e
'Palácio do Fim', de José Wilker.
Por Ariane Ducati
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