Ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa do
Paraná foi preso na terça-feira, sob acusação de tentar atrapalhar o andamento
dos processos a que responde na Justiça
O pedido de habeas corpus de Abib Miguel,
o Bibinho, deve ser julgado na apenas na próxima semana. Até lá, o
ex-diretor-geral da Assembleia
Legislativa do Paraná permanecerá detido no Centro de Triagem
II, em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. Bibinho foi preso na
terça-feira (6) sob acusação de tentar atrapalhar o andamento dos processos a
que responde na Justiça. O pedido de prisão foi feito pelo Ministério Público
do Paraná (MP-PR) e acatado pela juíza Ângela Regina Ramina
de Lucca, da 9.ª Vara Criminal de
Curitiba.
Eurolino Sechinel
Reis, advogado do ex-diretor-geral, argumenta que
seu cliente jamais tentou obstruir o andamento dos processos e que a Constituição
não impede ninguém de receber visitas.
De acordo com a juíza, “a prisão do denunciado
é absolutamente necessária para a conveniência da instrução processual, pois
ficou sobejamente evidenciado que o réu Abib Miguel vem reiteradamente criando
obstáculos ao regular o andamento do processo, por meio de medidas de caráter
meramente protelatório, para prolongar indefinidamente ou evitar a conclusão do
processo”, diz um trecho da decisão judicial.
No pedido de prisão, o MP sustenta que uma das
formas de Bibinho protelar o andamento das ações foi alegar distúrbios mentais.
Para provar que essa alegação era apenas uma forma de adiar o julgamento, os
promotores juntaram ao pedido de prisão vídeos do escritório do
ex-diretor-geral da Assembleia que mostram ele recebendo visitas. Entre elas, a
do ex-presidente da Assembleia Hermas Brandão,
atual conselheiro do Tribunal de Contas.
Hermas Brandão foi ao escritório de Bibinho em
26 de setembro de 2011. A visita durou quase uma hora, das 14h17 às 15h01.
Hermas disse à reportagem da Gazeta do Povo que não estava sabendo da prisão do
“amigo”. “Eu visitei ele numa ocasião, mesmo. Ele é meu amigo e eu não vejo
maldade nenhuma nisso”, disse o conselheiro.
Diários Secretos
Bibinho é acusado pelo Ministério Público Estadual (MP)
pelos crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, falsidade
ideológica e por desvio de dinheiro público da Assembleia. Segundo os
promotores, o desvio pode chegar a R$ 200 milhões.
Ele comandou por mais de 20 anos a
diretoria-geral da Assembleia Legislativa do Paraná e só deixou o cargo em
março de 2010, quando a série de reportagens Diários Secretos revelou o esquema
de desvio de dinheiro no Legislativo, que se utilizava de funcionários laranjas
e fantasmas.
Após a publicação, o Ministério Público abriu
investigação e concluiu que Bibinho era o chefe da quadrilha, que desviou cerca
de R$ 200 milhões. Além dele, os promotores acusam os ex-diretores da Casa José Ary Nassiff
(administrativo) e Cláudio Marques da
Silva (de Pessoal) de envolvimento com a quadrilha.
Os três foram presos e depois denunciados
pelos crimes de desvio de dinheiro, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro
e falsidade ideológica.
Gazeta do Povo
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