As forças israelenses de segurança usaram balas de
borracha, gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral para dissolver grupos de
palestinos que atiravam pedras durante uma manifestação do Dia da Terra,
celebrado anualmente.
Fontes hospitalares na
Faixa de Gaza disseram que os israelenses também usaram munição real para
impedir que manifestantes se aproximassem do muro fronteiriço e que um homem
ficou gravemente ferido.
Os ativistas palestinos
haviam convocado uma "Marcha Global a Jerusalém" para marcar o dia em
que os árabes de Israel protestam contra políticas governamentais que, segundo
eles, lhes privaram das suas terras.
As forças israelenses
foram colocadas em alerta elevado nas fronteiras com o Líbano e a Síria, mas
não há relatos de que alguém teria se aproximado da cerca fronteiriça, ao
contrário do que ocorreu no ano passado, quando vários manifestantes foram
mortos em protestos separados.
Mas houve violência em postos
de controle da Cisjordânia ocupada, ao norte e ao sul de Jerusalém. Testemunhas
também relataram distúrbios nos portões que levam à Cidade Velha, e a polícia
limitou o acesso dos muçulmanos à reverenciada mesquita de al-Aqsa.
Um repórter da Reuters viu
dois homens, feridos, sendo retirados após confrontos na Porta dos Leões, e a
polícia disse ter detido cinco pessoas na Porta de Damasco.
Jerusalém é um foco de
conflitos porque os palestinos reivindicam sua parte oriental, capturada em
1967 por Israel, como capital do seu eventual Estado. Israel diz que Jerusalém
é indivisível.
"Estamos determinados
a marchar rumo a Jerusalém, e tomara que rompamos (o cerco) e cheguemos
lá", disse um jovem mascarado, chamado Rimawi, diante dos soldados
israelenses em Ramallah, cidade da Cisjordânia a curta distância de Jerusalém.
Agitando bandeiras, uma
multidão se aproximou do posto fronteiriço de Qalandiya, nos arredores de
Ramallah, e alguns deles atiraram pedras nas forças de segurança, mas tiveram
de recuar quando a polícia usou jatos de água para espalhar um líquido com
cheiro ruim.
Houve confrontos também em
Belém, onde os palestinos atiraram bombas caseiras numa torre de observação
israelense.
O Dia da Terra evoca a
morte pelas forças israelenses de seis árabes em 1976, durante protestos contra
planos do governo para confiscar terras na região da Galileia, no norte de
Israel.
Em anos anteriores, a data
transcorreu de forma geralmente pacífica, mas neste ano Israel decidiu reforçar
suas defesas depois de letais confrontos nas fronteiras com Líbano e Síria, que
aparentemente apanharam os militares locais de surpresa.
Os organizadores
palestinos haviam convocado manifestações pacíficas contra "as políticas e
práticas do racista Estado sionista", e protestos de solidariedade estão
programados em cerca de 80 países.
Por Jihan Abdalla
(Reportagem adicional de
Ali Sawafta e Noah Browning, em Ramallah; de Eli Berizon, em Jerusalém; e de
Nidal al-Mughrabi, em Gaza)
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