O presidente dos
EUA, Barack Obama, levará no fim de semana sua campanha eleitoral à Colômbia,
onde buscará usar a Cúpula das Américas como plataforma para seduzir o
eleitorado de origem latina.
A presença de
Obama ao lado de líderes latino-americanos em Cartagena funcionará como
contraponto à ideia de que seu governo negligencia a América Latina para focar pontos
turbulentos do globo, como Afeganistão e Oriente Médio.
O eleitorado
latino pode ser decisivo na eleição presidencial de 6 de novembro em Estados
como Arizona, Colorado e Flórida, onde Obama fará escala a caminho da cúpula
para promover as oportunidades comerciais dos EUA com a América Latina.
Embora o
presidente democrata tenha ampla vantagem nas pesquisas sobre os republicanos
entre o eleitorado hispânico, muitos membros desse grupo estão frustrados com a
falta de reformas na lei de imigração e com o número recorde de deportações
durante o atual mandato presidencial.
A viagem à
Colômbia será a quarta de Obama à América Latina como presidente. Em junho, ele
deve ir ao México para uma cúpula do G20.
Durante os três
dias do evento em Cartagena, Obama buscará evitar os apelos de outros
governantes para que os EUA suspendam seu embargo econômico a Cuba e repensem
sua estratégia de combate ao narcotráfico. Em vez disso, ele buscará focar na
expansão das relações econômicas, por meio de acordos comerciais com a Colômbia
e o Panamá, e de possíveis projetos energéticos com o Brasil.
Ben Rhodes,
assessor da Casa Branca, disse que Obama também irá enfatizar os laços
familiares e linguísticos dos EUA com a América Latina. Ele disse que, embora
Obama tenha dedicado uma grande parte do seu mandato a lugares turbulentos,
como o Afeganistão, ele reconhece que "há uma qualidade ímpar na relação
que temos com as Américas".
Os hispânicos
são a maior minoria dos EUA, e também a que mais cresce, totalizando mais de 50
milhões de pessoas. Cerca de 22 milhões delas poderão votar em novembro, quando
Obama deve enfrentar o republicano Mitt Romney, que tem proposto mais dureza do
governo contra a imigração, e aparece bem atrás de Obama nas pesquisas junto
aos hispânicos.
"Conquistar
o voto hispânico é importante demais em alguns Estados críticos", disse
Stephen Wayne, professor de governo na Universidade Georgetown, em Washington.
"Ele precisa fazer o máximo para mostrar não só seu interesse (pela
América Latina), mas também sua estatura presidencial."
Em 2008, quando
se tornou o primeiro presidente afro-americano da história dos EUA, Obama teve
o apoio de dois terços do eleitorado latino, o que o ajudou a derrotar o
republicano John McCain em Estados com disputas acirradas, como Virgínia,
Carolina do Norte e Nevada.
Por Laura MacInnis e Caren Bohan
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