O Paraná perdeu ontem, para Santa Catarina, a instalação de uma fábrica de
caminhões da marca chinesa Sinotruk. O município escolhido, segundo anúncio do
chairman (presidente) da joint venture que trará a marca para o Brasil, Ma
Chunji, foi Lages, cidade da serra catarinense, a mais de 200 quilômetros de Florianópolis.
A primeira unidade brasileira da Sinotruk nasce a partir da união do grupo
CNHTC (China National Heavy Duty Truck Group Corporation), dono efetivo da
marca desde a década de 1930, com a importadora de caminhões Elecsonic,
conhecida como Sinotruk Brasil, instalada em Campina Grande do Sul, na Região
Metropolitana de Curitiba – cidade que era a maior candidata paranaense para a
aplicação de R$ 300 milhões em investimentos iniciais.
Segundo o secretário estadual da Indústria, Comércio e Assuntos do
Mercosul, Ricardo Barros, a proposta do estado vizinho “foi muito agressiva”
para o Paraná acompanhar. “Além de descontos e condições em ICMS [Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços], o governo catarinense também concedeu
algumas vantagens relacionadas à importação de peças e insumos. Foi uma
proposta agressiva demais, que decidimos não acompanhar”, disse Barros, sem
entrar em detalhes sobre valores e taxas. De acordo com ele, ainda nesta
semana, havia esperança da confirmação da construção da unidade em Campina
Grande do Sul, que seria visitada pelo diretoria técnica da empresa e teria
vantagens de infraestrutura e logística em relação às outras opções da
montadora.
“A não ser que haja alguma reversão técnica em relação à escolha
de Lages, realmente perdemos a unidade da Sinotruk para Santa Catarina”, afirma
Barros. O governador do estado vizinho, João Raimundo Colombo, teria se
dedicado pessoalmente à negociação. Lages é a cidade-natal dele e também teria
oferecido incentivos fiscais para a instalação da Sinotruk.
A previsão é de que, em seu primeiro ano de funcionamento, a
fábrica seja capaz de entregar 5 mil unidades, alcançando 8 mil no médio prazo.
A Sinotruk não revelou às agências de notícias quantos empregos pretende criar
com a nova unidade fabril.
Por Fabiane Ziolla
Menezes
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