Presidente em exercício diz que PSDB não pode arcar com atitudes
individuais.
Derosso afirma que denúncias são infundadas e que fazem parte de complô.
Derosso afirma que denúncias são infundadas e que fazem parte de complô.

Rossoni diz que novas denúncias pesaram contra
Derosso (Foto: Vinícius Sgarbe/G1PR)
Derosso (Foto: Vinícius Sgarbe/G1PR)
As novas denúncias contra o vereador de Curitiba João Cláudio Derosso
repercutiram negativamente dentro do PSDB. O presidente em exercício do partido,
no Paraná, deputado Valdir Rossoni, afirmou, nesta terça-feira (24), que
entrará com um pedido de desligamento de Derosso da legenda.
Rossoni acredita que o partido não pode arcar com as atitudes dos
filiados. “O partido tem que ser algo acima das pessoas. Eu vou propor o
desligamento do vereador Derosso do partido”, disse.
Rossoni diz que as novas denúncias pesaram contra o vereador na decisão
de entrar com o processo de expulsão. “Nós estamos aqui na Assembleia e o
presidente da Assembleia é do PSDB. Nós tomamos medidas duríssimas aqui para
darmos o bom exemplo”, afirmou o deputado.
Em entrevista à RPC TV o governador Beto Richa, presidente
licenciado do PSDB, disse acreditar que o possível processo de afastamento
contra o vereador será democrático. "Que seja respeitada a vontade da
maioria do partido, que sempre se coloca de forma democrática", disse.
Nesta terça-feira, o vereador João Claudio Derosso não apareceu para
trabalhar na Câmara de Curitiba. Ele entrou com um pedido de justificativa de
ausência. O G1 entrou em contato com o vereador por telefone. Para o
vereador, as novas denúncias são infundadas. “O processo da Oficina da Notícia
já está resolvido. As contas foram todas aprovadas pelo Tribunal de Contas”,
afirmou.
Ele disse ainda que desconhece as declarações de Rossoni. “Não fiquei
sabendo e não conversei ainda com o presidente Rossoni para saber a posição
dele”.
Para Derosso, as sucessivas denúncias contra ele fazem parte de um
complô. “São denúncias da mídia para me tirar da candidatura a vice-prefeito”,
acredita. Quando questionado sobre as eleições deste ano, ele afirma que
pretende se candidatar novamente ao cargo de vereador. “Tenho um excelente
trabalho e o povo todo pode comprovar isso”, diz.
Contudo, se for realmente expulso, Derosso não poderá cumprir este
objetivo. De acordo com a Legislação Eleitoral, ele precisaria estar filiado a
outro partido desde outubro de 2011 (um ano antes do pleito) para estar apto a
concorrer a um novo mandato.
Entenda o caso
Uma reportagem da RPC TV e do jornal Gazeta do Povo mostrou que empresas emprestavam notas fiscais para justificar gastos com publicidade da Câmara de Vereadores, durante o período em que Derosso era o presidente. O dinheiro era administrado pelas empresas Oficina da Notícia e Visão Publicidade. A Oficina da Notícia era dirigida pela atual mulher do vereador, a jornalista Cláudia Queiroz.
Uma reportagem da RPC TV e do jornal Gazeta do Povo mostrou que empresas emprestavam notas fiscais para justificar gastos com publicidade da Câmara de Vereadores, durante o período em que Derosso era o presidente. O dinheiro era administrado pelas empresas Oficina da Notícia e Visão Publicidade. A Oficina da Notícia era dirigida pela atual mulher do vereador, a jornalista Cláudia Queiroz.

Notas fiscais foram emprestadas para
justificar
gastos da Câmara no período em que Derosso
era presidente da Casa (Foto: Divulgação)
gastos da Câmara no período em que Derosso
era presidente da Casa (Foto: Divulgação)
Uma das empresas que emprestou as notas foi a Siroti Vídeo. Neide
Moreira, uma das sócias da empresa, revelou que recebeu o dinheiro público sem
jamais ter prestado serviços para a Casa. “A Siroti Vídeo forneceu algumas
notas e o nome da empresa para uma outra pessoa participar lá, prestar serviço
para a Câmara”, disse a empresária.
Em 2011, Derosso chegou a responder uma Comissão Especial de Inquérito
na Câmara de Vereadores. Dentre as acusações contra o ex-presidente da Casa, estava
o favorecimento da empresa Oficina da Notícia, que foi contratada para fazer um
jornal de comunicação interna da Câmara. Na época da contratação, a atual
mulher de Derosso era funcionária da Câmara e, por isso, não poderia participar
da licitação. Em dezembro, o relatório da Comissão não penalizou nem
responsabilizou Derosso.
Contudo, com a repercussão negativa, Derosso acabou renunciando ao cargo
de presidente da Câmara de Vereadores. No documento lido pelo presidente em
exercício da Câmara na época, ele dizia que renunciava ao cargo para preservar
os colegas e a instituição.
Além dessas denúncias, o Ministério Público do Paraná também acusa o
vereador de nepotismo. Em um dos processos, ele, um ex-vereador e um
funcionário da Casa, que está foragido, tiveram os bens bloqueados até que
devolvam aos cofres públicos R$ 2,5 milhões.
Por Samuel Nunes
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