Em 2011,
o faturamento total das salas cresceu apenas 2,5%, e a cidade caiu uma posição
no ranking nacional. Especialistas apontam falta de salas
Sala da Cinesystem no Shopping Curitiba:
rede
negocia a construção de 16 salas
em dois nos empreendimentos.
“Queremos
ampliar a participação no Paraná”, diz diretor
As redes de cinema que atuam e vão atuar em Curitiba devem investir cerca de R$
30 milhões em reformas, ampliação ou construção de novas salas neste ano, entre
investimentos já empenhados e previstos. Os investimentos se consolidam ao
mesmo tempo em que a cidade perde posição no ranking de faturamento do país, o
que reflete limitação na quantidade de salas na cidade, segundo especialistas.
Dados do
Filme B, portal que monitora o mercado cinematográfico do país, mostram que os
cinemas de Curitiba têm o quinto maior faturamento do país, com renda de quase
R$ 45 milhões ao ano. Antes no quarto lugar, a capital paranaense foi
ultrapassada por Brasília em 2011, o que refletiu o baixo crescimento na
receita dos cinemas, de apenas 2,5% em relação a 2010 – em todo o país, o
faturamento cresceu 12%, de R$ 1,2 bilhão para R$ 1,4 bilhão.
A
limitação física de shoppings é uma das razões para o baixo crescimento
verificado no ano passado, na opinião de Milton Durski, diretor geral da rede
paranaense Cineplus, que tem quatro cinemas na Grande Curitiba. A aposta das
redes é aproveitar a ampliação e construção de novos empreendimentos na cidade
– em três anos a capital deve ganhar quatro novos shoppings.
“O
mercado de cinema em Curitiba está bastante competitivo e vemos uma estagnação
na quantidade de novas salas na cidade. A ampliação de shoppings vai dar espaço
para a expansão de salas”, diz o executivo do Cineplus, que está abrindo um
cinema no supermercado Condor, em Castro, nos Campos Gerais – há intenção de negociar
com a rede de supermercados para a abertura de outras salas no interior do
estado.
A
construção de novos empreendimentos acirra também a busca por parcerias. De
acordo com Eduardo Vaz, sócio-diretor da também paranaense Cinesystem, que tem
cinemas em três shoppings na capital e no supermercado Condor de Paranaguá, há
negociações para a construção de 16 salas de cinemas em dois futuros
empreendimentos. “Estamos reformando cinemas em Curitiba e queremos ampliar a
participação da rede no Paraná. A expectativa é continuar crescendo em 2012”,
afirma Vaz.
Apesar
da queda no ranking de faturamento, Curitiba segue um mercado lucrativo para as
redes. A gerente de marketing do Shopping Palladium, Maria Aparecida de
Oliveira, diz que o cinema da capital paranaense é campeão de bilheteria na América
Latina em diversos filmes, entre eles Avatar e Piratas do Caribe, por exemplo.
A Gazeta
do Povo realizou uma enquete para saber dos leitores quais são os principais
problemas quando o assunto é cinema: 75% das pessoas que participaram da
pesquisa apontaram questões relacionadas à prestação de serviços. Nesse
quesito, 20% reclamaram da falta de conforto das poltronas e 17%, das filas
para comprar ingressos.
O recado
às redes de cinema vem em um momento de expansão no número de espectadores: a
quantidade de pessoas que assistiram filmes em cinemas do país passou de 134,9
milhões para 141,6 milhões no ano passado, uma alta de 5%.
“Esses
números mostram que as redes precisam acordar para acompanhar o público, pois
elas estão assistindo passivamente a esse aumento no número de espectadores.
Percebo como consumidora que há filas para ingresso e para a bomboniére, por
isso acredito serem necessários mais investimentos para melhorar a prestação de
serviços”, ressalta a gerente de marketing do Shopping Palladium, Maria
Aparecida de Oliveira.
O item
que liderou sozinho e respondeu por um quarto das reclamações dos leitores foi
o preço do ingresso. Na Grande Curitiba, o valor dos bilhetes varia de R$ 6 a
R$ 30. Em 2011, ainda, o preço do ingresso subiu 7,92% na Região Metropolitana
de Curitiba, segundo o IPCA – a inflação geral foi menor, de 7,13%.
Apesar
da sensação de pagar por ingressos caros, o sócio-diretor do Cinesystem,
Eduardo Vaz, afirma que o cinema ainda é um entretenimento barato, em
comparação com outras opções, como restaurantes, por exemplo. Ele lembra ainda
que o preço médio do ingresso no Brasil é de R$ 10, em decorrência das isenções
dadas a estudantes e outros grupos.
“Uns 75%
dos clientes do cinema hoje pagam meia entrada, e os valores aumentam por causa
da tecnologia aplicada. Vale lembrar que para o exibidor sobra pouco, já que é
preciso repassar uma parte para a distribuidora, além de ter de pagar aluguel
de shopping e outros impostos”, destaca Vaz.
João Pedro Schonarth | Gazeta do Povo
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