O grupo britânico de bebidas Diageo anunciou nesta
segunda-feira acordo para comprar a fabricante brasileira de aguardente Ypióca
por cerca de 300 milhões de libras (469 milhões de dólares), aumentando
presença em mercados emergentes enquanto briga por um maior espaço em tequila.
A produtora do uísque
Johnnie Walker e da vodca Smirnoff, que tem planos de ter metade das suas
vendas em mercados emergentes até 2015, anunciou nesta segunda-feira acordo
para comprar a marca Ypióca de sua família controladora, além de parte dos
ativos de produção e distribuição da bebida.
A Ypióca é a terceira
maior marca do mercado de cachaça e líder de um segmento de rápido crescimento
dessa bebida, o premium. A companhia, fundada em 1846 e com sede em Fortaleza,
emprega cerca de 3,2 mil funcionários e tem cinco fábricas no país. A cachaça
responde por cerca de 80 por cento da indústria brasileira de bebidas
destiladas.
"O Brasil é atrativo,
um mercado de rápido crescimento para a Diageo com demografia favorável e
crescente renda disponível. A aquisição da Ypióca nos dá a marca premium líder
na maior categoria local de bebidas destiladas", disse o
presidente-executivo da Diageo, Paul Walsh.
A Diageo, assim como
outros grupos internacionais de bebida, tenta se fazer presente em países
emergentes para compensar a demanda instável na Europa.
O grupo há muito tempo
negocia com a dona da Jose Cuervo para ter uma parte da marca líder de tequila,
avaliada em mais de 3 bilhões de dólares. Algumas fontes dizem que as
negociações esfriaram por causa de problemas relacionados ao controle da marca.
A companhia londrina
recentemente investiu em negócios como a Mey Icki (Turquia) e ShuiJingfang
(China) para aumentar as vendas nos países emergentes, que atualmente respondem
por quase 40 por cento do total da Diageo.
A Diageo disse que a
aquisição da Ypióca deve ser neutra para o lucro no primeiro ano de controle e
cobrir o custo de capital até o quinto ano após o negócio, o que analistas
dizem estar em linha com os negócios recentes. O grupo britânico não deu
números exatos de lucro para a companhia brasileira.
"Nós consideramos
positivo esse tipo de negócio em países emergentes, dando a liderança em marca
premium local e sinergia em distribuição a médio prazo para as bebidas
destiladas internacionais da Diageo", disse a analista do UBS, Melissa
Earlam.
Ela estima que a Diageo
tenha pago 19 vezes o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros,
impostos, depreciação e amortização) pelo negócio e estima uma margem Ebitda de
25 por cento nas vendas anuais de 60 milhões de libras.
Por David Jones
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