Historicamente
baixo em Curitiba, preço médio da diária subiu 13% no ano passado, tornando
valor mais próximo dos praticados em outras cidades brasileiras
Para Eraldo Santanna, da rede Slaviero,
Curitiba ainda tem espaço para
investimentos em leitos de perfil econômico
Pós-Copa
Curitiba está
fora da lista de cidades que podem sofrer com “superoferta”
Mesmo com hotéis
suficientes para receber a Copa do Mundo de 2014, a perspectiva no mercado
local também pode animar novos investimentos na cidade. Desenvolvido pela
HotelInvest e pelo Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), o Placar
da Hotelaria 2015 vem medindo o risco de superoferta hoteleira nas 12 cidades-sede
da Copa do Mundo de 2014 após a realização do evento. O receio é que haja uma
superoferta e uma consequente forte redução da taxa de ocupação dos hotéis e da
rentabilidade do investimento hoteleiro.
De acordo com o
levantamento, que teve sua última edição divulgada no final de 2011, Curitiba é
uma das poucas cidades, ao lado de São Paulo e Rio de Janeiro, em que o sinal
ainda está verde para investimentos no setor.
A expectativa é
que Curitiba tenha um bom fluxo de turistas, principalmente de negócios, após o
evento. Entre os diferenciais dos novos hotéis, a principal exigência apontada
fica por conta dos serviços de qualidade, da tecnologia e praticidade. “Uma
banda larga que funcione com qualidade é um requisito básico, por exemplo. O
principal perfil é daquela pessoa que vem tratar de negócios e só tem tempo de
acessar seu computador no quarto de hotel”, explica Eraldo Santanna.
Dos hotéis já
existentes, a necessidade é de constante modernização e adequação aos padrões
de qualidade do mercado atual. De acordo com o FOHB, é preciso direcionar
anualmente até 5% do faturamento bruto para a manutenção das estruturas, além
de reformas e readequações a cada 10 anos, com inversões de 20% a 30% do
investimento inicial.
Investimento
Maior hotel da
cidade será erguido no centro histórico
Com 280
apartamentos, a rede Slaviero começa a construir neste ano o que deve ser o
hotel com o maior número de quartos da cidade até a data da sua conclusão,
prevista para 2015. A construção será erguida na rua Jaime Reis, próximo ao
Largo da Ordem, no centro de Curitiba.
O foco do
investimento é, fundamentalmente, o turismo de negócios, que corresponde a
cerca de 25% do número total de turistas no país de acordo com o Fórum de
Operadores Hoteleiros do Brasil. Em função disto, o empreendimento terá um
perfil econômico.
De acordo com o
diretor de expansão da rede da Slaviero, Eraldo Santanna, para esta empreitada,
a empresa aposta nas pessoas que têm motivações profissionais para vir a cidade
para participar de reuniões, congressos e seminários, que caracterizam uma
estada rápida. Apesar de ser a grande garantia para os investimentos no setor
no futuro, o empreendimento não visa somente o turismo de negócios. “O foco
também é em atrair famílias que pretendem passar um final de semana em
Curitiba, por exemplo”, pondera o diretor.
Em voga até
2014, o setor hoteleiro em Curitiba apresentou crescimento significativo em
2011, de acordo com a pesquisa Panorama da Hotelaria Brasileira, que analisou o
momento do setor em seis cidades brasileiras no ano passado. O principal motivo
da alta foi o aumento no valor médio das diárias praticadas na cidade, que
subiram 13,1% no ano passado.
Historicamente,
Curitiba sempre foi uma das cidades com uma das diárias médias mais baixas
entre as capitais brasileiras, mas nos últimos anos esse cenário começou a
mudar – fenômeno que está incentivando empresários a planejarem novos
investimento para o município. Em 2010, a média das diárias já havia crescido
5,3%, descontanda a inflação.
O principal índice
para aferir o crescimento do setor é o chamado RevPAR, abreviação do inglês
para “Revenue per Available Room”, ou Receita por Quarto Disponível. Em
Curitiba a alta foi de 15,8%, enquanto no Brasil este índice cresceu 12,2% no
ano passado em relação a 2010.
Sistematicamente,
as tarifas em Curitiba vem sendo reajustadas nos últimos dois anos. “Em 2010, a
diária média da cidade era de R$ 141. Agora, de acordo com dados até março
deste ano, o valor está em R$ 187”, detalha Ronaldo Albertino, diretor de desenvolvimento
da rede Bourbon Hotéis e Resorts na América Latina. Ele afirma que isso
propicia um cenário para novos produtos hoteleiros.
Segmentação
O destaque diz
respeito à segmentação de leitos. O crescimento de 17,8% no valor das diárias
dos leitos econômicos (até R$ 190) na cidade foi o maior apontado pela
pesquisa, realizada pela consultoria HotelInvest.
Segundo o
diretor de expansão da rede da Slaviero, Eraldo Santanna, Curitiba ainda tem
espaço para investimentos em leitos de perfil econômico. Já empreendimentos em
hotéis midscale e upscale, mais caros, ainda estão com folga na oferta. “A
grande demanda da cidade é de turismo corporativo e é ela que vai se manter
após a Copa do Mundo”, afirma.
De acordo com o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a rede hoteleira
curitibana tem 12.780 unidades habitacionais, com 19.083 leitos. Para o
torneio, os leitos atuais já dariam conta do fluxo de turistas. O cálculo
realizado pela FIFA exige que a cidade-sede tenha um número de vagas disponíveis
em hotéis que totalizem 30% da capacidade do estádio local em um raio de até
150 quilômetros do local dos jogos. No caso de Curitiba, o projeto é que a
Arena da Baixada tenha capacidade para 41 mil torcedores e, portanto, seriam
necessários pouco mais de 12 mil leitos.
Por Pedro
Brodbeck
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