Essa é a segunda condenação por danos morais contra o
ex-governador em menos de seis meses. Peemedebista ainda pode recorrer
Requião: “Querem condenar quem denuncia patifarias, não quem as comete (...)”
A Justiça do Paraná condenou o senador e ex-governador do Paraná, Roberto
Requião (PMDB), a pagar R$ 30 mil de indenização por danos morais ao também
ex-governador do estado Jaime Lerner. A decisão, do último dia 8, é da juíza
substituta Júlia Maria Tesseroli de Paula Rezende, da 4.º Vara Cível de
Curitiba. Requião ainda pode recorrer da sentença.
Essa é a segunda condenação por danos morais contra Requião em
menos de seis meses. Em outubro do ano passado, o ex-governador foi condenado a
pagar R$ 40 mil ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, também por danos
morais (veja mais no quadro ao lado).
Histórico
Confira outras condenações em que o senador Roberto Requião
(PMDB-PR) foi condenado a pagar indenização por danos morais:
Scalco
Em junho de 2008, Requião foi condenado a pagar R$ 40 mil ao
ex-ministro Euclides Scalco por tê-lo acusado de intermediar um suposto
pagamento de R$ 10 milhões pelo Departamento Estadual de Rodagem (DER) à
campanha do então candidato à prefeito de Curitiba Beto Richa, em 2002.
Ingo Hubert
Em outra ação por danos morais, Requião foi condenado a pagar R$
50 mil a Ingo Hubert por chamá-lo de ladrão. Hubert foi secretário de estadual
da Fazenda e presidente da Copel na gestão do ex-governador Jaime Lerner.
Paulo Bernardo
Em outubro do ano passado, Requião foi condenado a pagar R$ 40 mil
ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, por danos morais. O ex-governador
acusou Bernardo de tentar superfaturar em R$ 400 milhões uma obra de um ramal
ferroviário que poderia ser construído no Paraná.
Dessa vez, o senador paranaense foi condenado porque durante uma
inauguração de subestações da Companhia Paranaense de Energia (Copel) em 2010
afirmou pensar que Lerner estava preso. “Eu não soube que o Lerner tinha
publicado um artigo, eu na verdade pensei que ele estava preso. Tá condenado a
nove anos de cadeia”, disse o peemedebista.
No processo, Requião alegou que “a situação em voga não passou de
um debate político” e ainda que a ação não poderia prosperar porque “críticas
como a realizada são inerentes às pessoas que optam pela vida pública”. O
ex-governador Jaime Lerner, por sua vez, sustentou que Requião teve intenção de
caluniá-lo ao “atribuir-lhe crime que não foi cometido, já que nunca foi
condenado por roubo, furto, peculato, corrupção ou qualquer outro crime”.
No despacho, a magistrada descreve que Requião fez as alegações
contra Lerner “com a evidente intenção de causar prejuízo a outrem, devendo,
portanto, responder por seus atos”.
Outro lado
A condenação foi tema de discurso ontem do ex-governador no Senado
Federal. No plenário, Requião contou o caso que gerou a condenação e reclamou
da demora da apuração de denúncias que fez. “Como governador denunciei inúmeros
crimes contra o erário. Juízes insistem em dizer que o governador Roberto
Requião tem que ser condenado porque não poderia ter chamado um ladrão de
ladrão antes de ele ser condenado em instância final”, disse.
No microblog Twitter, Requião também comentou a sentença. “Querem
condenar quem denuncia patifarias, não quem as comete. Justiça invertida”.
Por Karlos Kohlbach
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