Temperaturas costumam oscilar mais no outono, principalmente em
Curitiba. Dias amanhecem frios, mas terminam bem quentes
As variações térmicas são um fenômeno comum no outono
Com a chegada do outono, as temperaturas tendem a oscilar com mais
frequência. Ontem, a variação térmica na Região Metropolitana de Curitiba foi
de 17 graus. Pela manhã, os termômetros marcaram 10ºC. À tarde, a temperatura
máxima atingiu 27ºC. No interior do Paraná, a diferença ficou na média de 15
graus.
Em todo o estado, a região da capital é uma das que mais apresentam
amplitude térmica em razão das condições geográficas – cerca mil metros de
altitude – e a presença de serras no entorno. As variações em Curitiba podem
oscilar de 4 a 15 graus em um mesmo dia.
Segundo os meteorologistas, as variações – chamadas de gradientes
térmicos – não são as mesmas em todas as regiões do estado. No Noroeste e
Norte, a diferença entre a temperatura mínima e a temperatura máxima é menor se
comparada a outras áreas. Isso porque há uma área plana e um clima ameno, que
não muda muito em um só dia. As frentes frias e massas de ar frio, que em geral
entram no estado pela Região Oeste, também não causam tanto impacto quando
chegam no Noroeste e Norte.
Outro lugar com pouca mudança de temperaturas é o Litoral. O oceano
mantém a temperatura estável, evitando as diferenças térmicas em um mesmo dia.
Em contrapartida, as Regiões Oeste e Sudoeste costumam apresentar
variação porque são pontos de entrada das frentes frias e massas de ar, o que
pode provocar quedas repentinas da temperatura.
O meteorologista do Instituto Tecnológico Simepar Paulo Barbieri
explica que as mudanças de temperatura em um só dia devem-se à chegada de
frentes frias, massas de ar frio e pancadas de chuva. No caso de Curitiba,
soma-se a influência da circulação de ar. O vento, que às vezes está na direção
Norte, pode virar para o Sul, Sudeste ou Leste e isso diminuiu a temperatura,
segundo Barbieri.
A estação do outono é mais propícia para a ocorrência dos gradientes
térmicos porque a massa de ar fica mais seca e há calor acumulado durante o dia
que se perde facilmente à noite em situações de céu claro, quando não há nebulosidade.
Neste período também é comum a formação de nevoeiros.
Saúde
A bronquite é a doença que mais aparece quando a pessoa se submete às
variações térmicas. O pneumologista Luiz Henrique Zaions explica que a mudança
brusca de temperatura faz com que o brônquio sofra uma contração
(broncoespasmo) e apresente aumento da secreção de muco. Isso ocorre quando o
ar frio entra pela via respiratória. Crianças e idosos são os mais suscetíveis
ao problema por não terem o sistema imunológico bem preparado para suportar as
mudanças.
Para evitar as complicações da doença, Zaions recomenda uma boa
alimentação, prática regular de exercícios físicos – para manter o sistema
imunológico protegido – e a ingestão de bastante líquido. Também é preciso
evitar as mudanças bruscas de temperatura, entre um ambiente e outro, e se
proteger em temperaturas frias.
Previsão
Tempo seco deve se prolongar
O primeiro fim de semana do outono deve ser marcado pela chuva em todo o
estado, segundo os meteorologistas. No entanto, o clima seco tende a se
prolongar até a metade da estação. “É uma preocupação, principalmente para a
agricultura e o abastecimento”, diz o meteorologista do Instituto Tecnológico
Simepar, Lizandro Jacóbsen. A chuva prevista para começar na sexta-feira e se
prolongar até segunda-feira será irregular e não resolverá o problema das
regiões afetadas pela estiagem.
Mesmo que chova dentro da média neste outono, não será possível
recuperar o prejuízo deixado pela seca do verão. Os problemas extrapolam a
agricultura. Na cidade de Barracão (Sudoeste), por exemplo, a falta de chuva
fez com que as aulas da rede pública fossem suspensas.
Por Denise Paro

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