O novo presidente da
Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, confundiu-se nesta
segunda-feira em sua primeira entrevista coletiva no comando da entidade ao
dizer que trabalharia no comitê organizador da Copa de 2014 ao lado do
ex-jogador Romário que, no entanto, não faz parte da entidade.
"O José Maria Marin participará, junto aos dois grandes
companheiros, duas pessoas que deram uma grande contribuição ao futebol
brasileiro, que é o Fenômeno Romário -o Ronaldo Nazário- e o consagrado craque,
campeão mundial Bebeto", disse Marin, para logo em seguida corrigir o
equívoco.
Ao contrário de Ronaldo, que participado ativamente dos
eventos relacionados à preparação do Brasil para o Mundial, Romário tem sido um
crítico desses preparativo e tem usado sua cadeira na Câmara dos Deputados,
onde é parlamentar pelo PSB do Rio de Janeiro, para criticar os recursos gastos
com o Mundial e as exigências da Fifa, entidade que comanda o futebol mundial.
Marin, de 79 anos, assume o comando da CBF após a renúncia de
Ricardo Teixeira, que estava há 23 anos à frente da entidade, por ser o
vice-presidente mais velho da confederação.
Político e governador de São Paulo por 10 meses no início dos
anos 1980, Marin voltou aos holofotes no começo deste ano, antes mesmo do
início dos rumores sobre a renúncia de Teixeira.
Ele foi flagrado por câmeras da TV Bandeirantes colocando no
bolso uma das medalhas que deveriam ser distribuídas ao time de juniores do
Corinthians, durante cerimônia de premiação da Copa São Paulo de Futebol
Júnior.
"Foi uma cortesia da FPF (Federação Paulista de
Futebol). Isso é uma verdadeira piada", minimizou Marin nesta segunda.
Alvo da confusão feita por Marin, no entanto, o atacante
Romário não deixou o episódio de lado ao comentar a troca de comando na CBF.
"Hoje podemos comemorar. Exterminamos um câncer do
futebol brasileiro. Finalmente, Ricardo Teixeira renunciou a presidência da
CBF", disse o ex-atacante e atual deputado pelo PSB do Rio de Janeiro em
sua conta no site de relacionamento Facebook.
"Espero que o novo presidente... o que furtou a medalha
do jogador do Corinthians na Copa São Paulo de Juniores, não faça daquele ato
uma constante na confederação. Senão, teremos que exterminar a Aids também."
Marin é ligado à FPF e encontra resistência de outras
federações que temem uma "paulistização" da entidade e que, mesmo de
longe, Teixeira continue dando as cartas nos bastidores.
O movimento de descontentes teria as Federações do Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
O temor da instalação de um "comando paulista" na
CBF ocorre em um momento em que Mano Menezes, que se destacou como técnico do
Corinthians, é o treinador da seleção brasileira, e pouco após a chegada do
ex-presidente do clube Andrés Sanchez para o cargo de diretor de seleções.
Por Rodrigo Viga Gaier e Eduardo Simões
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